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Solteiro que vive só compra mais alimento

Por ano, volume por pessoa chega a ser 250 quilos maior do que o de mulheres sem cônjuges e com filhos

Por Adriana Chiarini
Atualização:

Os brasileiros que moram sozinhos compram em um ano 560,68 quilos de comida cada um, mais de 250 quilos acima do que as mulheres sem cônjuge e com filhos adquirem por pessoa da família, cuja média é de 309,4 quilos. Os solteiros que têm uma residência só para eles compram muito mais alimento também que a média dos casais com filhos, de 324,53 quilos. Veja íntegra da pesquisa A quantidade adquirida pelos que moram sozinhos fica em mais de 1,5 quilo por dia e é bem maior do que a quantidade considerada ''''sempre suficiente'''' pela avaliação dos entrevistados na média da pesquisa, que foi de 378,32 quilos por ano por pessoa - ou um quilo por dia. Os dados constam do estudo Perfil das Despesas no Brasil divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseado na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2002 e 2003 e se referem ao ano de 2003. ''''As famílias com filhos conseguem ter mais racionalidade na compra de alimentos'''', disse o gerente da POF do IBGE, Edílson Nascimento Silva. Isso se deve em parte pelo fato de que é mais comum os alimentos serem vendidos em quantidades superiores às mais convenientes para o consumo de uma só pessoa, e geralmente é mais barato comprar em maior quantidade. Na prática, os dados indicam desperdício de comida. Nas médias nacionais, a compra por mulheres com filhos e sem cônjuge foi inferior à quantidade ''''sempre suficiente'''' e mais próxima, embora acima, da apontada como ''''às vezes insuficiente'''', de 301,7 quilos. Esse tipo de família teve destaques negativos em relação à média nacional na aquisição de cereais e leguminosas (-15,1%), farinhas, féculas e massas (-19,7%) e carnes (-13,2%). As mulheres sem cônjuge e com filhos nas áreas rurais adquirem comida em quantidade inferior à média considerada ''''às vezes insuficiente'''' por habitantes das mesmas áreas. Em 2003, a aquisição média por esse tipo de família foi de 327,59 quilos, menor do que a quantidade considerada ''''às vezes insuficiente'''' para as mesmas áreas, de 346,64 quilos. As pessoas nas áreas rurais informaram necessidade de comer mais que as das cidades. A quantidade que consideram ''''sempre suficiente'''' é de 474,27 quilos, 30,5% superior à apontada pelas que vivem nas cidades, de 363,43 quilos. Segundo o IBGE, isso acontece por diferentes tipos de vida nas duas situações, como a maior atividade física nos trabalhos tipicamente rurais; a produção própria de alimentos na área rural e a menor quantidade de restaurantes no interior. As pessoas que moram sozinhas nas áreas rurais adquiriram 90,1% mais carne que as das cidades. ''''A pesquisa é pela compra, não pelo consumo. A pessoa pode morar sozinha e fazer um churrasco para os amigos'''', disse o gerente da POF.

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