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SP e Paraná voltarão a exportar carne bovina à UE

Habilitação é conseqüência do reconhecimento dado aos dois Estados como áreas livres de febre aftosa

Por Fabiola Salvador
Atualização:

Os Estados do Paraná e São Paulo voltarão a ser habilitados a exportar carne bovina in natura (desossado e maturada) para os 27 países da União Européia (UE). A habilitação é conseqüência do reconhecimento dado aos dois Estados como áreas livres de febre aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), no final de maio. O bloco também vai permitir a importação de carne fresca de regiões adicionais da Argentina e do Paraguai, depois que técnicos do bloco concluíram que foram cumpridas as exigências sanitárias européias. O anúncio foi comunicado nesta segunda-feira, 30, à Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "Recentemente, as autoridades responsáveis de Argentina, Brasil e Paraguai realizaram esforços consideráveis para melhorar a situação sanitária animal em seus respectivos países, em particular no que diz respeito à febre aftosa", disse a Comissão Européia em um comunicado. A decisão do Comitê Veterinário Permanente da DG-Sanco, órgão responsável pela Saúde Animal da UE, será publicada oficialmente em julho. A suspensão estava em vigor desde o final de 2005, quando foram diagnosticados casos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná. As vendas de São Paulo foram suspensas devido à proximidade do Estado com as áreas de foco. O secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, do Ministério da Agricultura, explicou que o Mato Grosso do Sul deve ter o reconhecimento da OIE de área livre de febre aftosa com vacinação no final de julho. A partir deste reconhecimento, o ministério irá requisitar que o Estado também volte a ser habilitado para exportar carne à União Européia. Em nota, a secretaria informou que a partir de agora irá iniciar os procedimentos de auditoria em propriedades de criação de bovinos do Paraná e São Paulo, incluídos na base de dados do Sistema de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov). Os Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov (Eras) que forem considerados conformes pelas regras do sistema de rastreabilidade serão indicados para a União Européia. Estas propriedades serão habilitadas após a publicação da decisão no Jornal Oficial do bloco. Até então, estavam habilitados a exportar carne bovina para a UE os Estados de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo e Santa Catarina. País mantém liderança O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, manteve a liderança apesar de embargos determinados por dezenas de países, redirecionando suas exportações a partir de Estados que não tiveram seu status afetado. A UE costumava comprar os melhores e mais caros cortes, sendo o segundo destino em volumes da carne brasileira. De acordo com a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária, no ano passado o bloco importou 195 mil toneladas de carne bovina in natura, totalizando 1,08 bilhão de dólares. Essa quantidade representa cerca de um terço da receita total de exportações brasileiras. Segundo a Abiec, as exportações totais do Brasil para a Europa, incluindo carne industrializada, atingiram 543,5 mil toneladas, com as receitas somando 1,4 bilhão de dólares, de um total de 4,4 bilhões. Entenda a febre aftosa A febre aftosa é talvez a doença mais temida pelos pecuaristas. Nos animais, ela provoca afta na boca e na gengiva, além de feridas nas patas e nas mamas. A vaca fica em estado febril, não consegue pastar, perde peso e produz menos leite. o aftovírus pode ser transmitido pelo leite, carne e saliva do animal doente. A doença também é transmissível para animais pela água, pelo ar e por objetos e locais sujos. Não existe tratamento contra a Febre Aftosa e sim medidas preventivas específicas pelo uso de vacinas. No Brasil, o processo mais aconselhável é a vacinação periódica dos rebanhos, assim como a imunização de todos os bovinos antes de qualquer viagem. Em geral a vacina contra a febre aftosa é aplicada, de 6 em 6 meses, a partir do 3º mês de idade. No Estado de São Paulo deve ser feita nos meses de março e setembro. Na aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante em relação à dosagem, tempo de validade, método de conservação e outros pormenores. (com Reuters)

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