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Startups buscam romper 'duopólio' de marcas tradicionais

Novas empresas querem atingir negócios que não estão satisfeitos com condições de operadoras de cartão de crédito

Foto do author Anna Carolina Papp
Por Anna Carolina Papp e Camilo Rocha
Atualização:

Foi num bar que surgiu a inspiração da startup do empresário carioca Fabiano Cruz. Ele quis pagar a conta com cartão de crédito, mas o dono disse que não aceitava. A justificativa era uma reclamação já conhecida: as altas taxas cobradas pelas administradoras de cartão. Com seu sócio Rodrigo Miranda, Cruz começou a desenvolver a tecnologia da Zoop no ano passado. Quando chegar ao mercado este ano, a máquina de cartão de crédito da empresa fará transações via smartphone ou tablet. O alvo são "empreendedores individuais"."É um duopólio", diz Cruz sobre a dominação do mercado nacional por Cielo e Redecard. Empresas como a Zoop saúdam o suporte legal trazido pela MP 615, que poderá abrir espaço para que elas avancem onde Cielo e Redecard custam a chegar."Estávamos operando em uma área cinzenta," diz Márcio Campos, CEO e fundador da PagPop, startup que desenvolveu um aplicativo que transforma o celular numa máquina de cartão de crédito. "Atendo a base da pirâmide", diz ele. "Profissionais autônomos e pequenos empresários que não podiam trabalhar com cartão de crédito agora podem."Companhias como PagPop e Zoop oferecem um tipo cada vez mais disseminado de pagamento móvel: o uso do celular ou tablet do comerciante no lugar da famosa maquininha. Já a PicPay, startup de Vitória (ES), aposta na comodidade que seu aplicativo proporciona para competir nesse mercado. Basta que a pessoa mire o aparelho no código que acompanha o produto (uma espécie de QR Code), que pode estar em mídia impressa ou online, para comprá-lo com poucos cliques. Atualmente, são mais de 250 empresas e estabelecimentos cadastrados em Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo.Para Diogo Roberte, da área de comunicação e marketing da empresa, as pistas dadas pelo BC podem favorecer a dinâmica do mercado de pagamentos móveis. "Como trabalhamos com parâmetros de confiança junto ao mercado, ficamos tranquilos", afirma. "Se o governo e o BC se preocuparem com a experiência do usuário, seu relacionamento com as empresas e a relação delas com os parceiros que oferecem esse tipo de solução, somos favoráveis; isso vai melhorar a qualidade das ofertas do mercado."

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