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Steinhaeger tenta a sorte nos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O apego dos norte-americanos ao gim é um dos fatores que a destilaria brasileira Doble W levou em conta para definir os Estados Unidos como principal alvo para a expansão do destilado Steinhaeger. "Os Estados Unidos têm um consumo muito alto de gim e vêem no Steinhaeger uma bebida da mesma categoria", diz o gerente administrativo da Doble W, Ditmar Wolfraum Rulf. Com isso, a empresa quer elevar seu faturamento anual da faixa de R$ 1,6 milhão para R$ 2 milhões. Do mesmo modo que o gim ou genebra, o Steinhaeger é produzido a partir dos frutos de uma erva conhecida como zimbro. Por conta do novo nicho de mercado e de uma tática interna de marketing, a destilaria catarinense, que mantém sua produção estagnada nos últimos quatro anos, deverá elevar o volume em 4% neste ano, para 936 mil litros. A projeção inclui o Steinhaeger e a vodca Doble W. Europa e Argentina de lado O mercado americano tem um sabor especial para a Doble W, explica o gerente. "Não estamos nem preocupados em retomar as vendas para a Europa, suspensas desde 1989. Só depois de fincar pé nos Estados Unidos pensaremos nos europeus", diz. As amostras enviadas aos EUA já foram aprovadas e, agora, só falta fechar os pedidos com os compradores do Norte e do Sul do país, interessados em importar os produtos. Não fosse a crise argentina, mercado onde a companhia já está de olho há algum tempo, os negócios da destilaria seriam mais promissores. "Não dá mais para fazer um cronograma e calcular quando poderemos pensar no Mercosul", afirma Rulf. "O mercado está muito instável." Até o final de 2001, a empresa tinha planos de exportar os produtos para Chile, Argentina e Colômbia. Pelas contas do executivo, a receita proveniente dos embarques para os EUA deve fechar entre US$ 15 mil e US$ 20 mil neste ano, muito acima dos US$ 2 mil obtidos em 2001. Embora ainda tímidas, as vendas do destilado podem reforçar a tendência de outras bebidas alcoólicas brasileiras, que vêm ganhando cada vez mais espaço nas gôndolas estrangeiras. A cachaça, por exemplo, já se tornou um símbolo do País no exterior e as exportações devem crescer 10% em volume neste ano, com receita superior a US$ 9 milhões. Somente com a cachaça, a meta dos produtores brasileiros é gerar US$ 30 milhões em exportações até o final da década. Reforço também em território nacional Enquanto a direção da destilaria Doble W apara as últimas arestas com os compradores estrangeiros, um time de doze representantes visita 1,5 mil clientes e um terceiro batalhão se encarrega de fazer degustações nas principais capitais do Sul do País. Os preços no mercado interno, engessados há três anos, impediram a empresa de manter os investimentos anuais da ordem de R$ 90 mil em marketing. "A saída foi ampliar as degustações", conta Rulf. A estratégia de degustações não é nova, mas agora tem alcance maior do que há sete anos, quando a Doble W concentrava no litoral as ações para divulgação do Steinhaeger e da vodca Doble W. "Hoje avançamos e as duas bebidas estão sendo provadas em festas nos mercados de Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre. E o retorno está sendo positivo", afirma o executivo. Os concorrentes nacionais da destilaria catarinense são a Kosten, de Flores da Cunha, a Herr, localizada em Blumenau, e a Bols, instalada em São Paulo. Para ler mais sobre Alimentos e Bebidas, acesse o AE Setorial, o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.

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