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Stephanes promete tentar reduzir juros da dívida agrícola

Endividamento do setor atinge R$ 6 bilhões e cresce por causa dos juros

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, criticou nesta quarta-feira, 11, os juros altos da dívida agrícola. Ele prometeu trabalhar para que haja uma redução na taxa dos juros já para o Plano de Safra 2007/08, a ser anunciado em meados deste ano. Stephanes participa esta manhã de encontro com deputados da Comissão de Agricultura da Câmara. Conforme os parlamentares, o endividamento do setor atinge R$ 6 bilhões e cresce por causa dos juros. "O grau de endividamento do setor agrícola é alto e serão necessárias três ou quatro boas safras de grãos para que o produtor tenha renda; mas as dívidas crescem muito, porque os juros embutidos nela são muito elevados", respondeu o ministro aos deputados. Stephanes afirmou que tentará discutir a questão dos juros para o plano de safra e se colocou como "o defensor da agricultura brasileira". Admitiu, porém, que é preciso compreender o País como um todo, numa antecipação de que pode enfrentar resistências no governo contra a redução dos juros do crédito rural, atualmente em 8,75% ano. No início de seu pronunciamento na comissão, Stephanes admitiu que sofreu preconceitos pelo fato de sua indicação não ter sido endossada pela bancada ruralista. "No entanto, preconceito eu já sofri em outros momentos, mas tenho história profissional ligada à agricultura", afirmou, salientando que ficou conhecido como profissional da área da previdência social, justamente por ter sido um bom gestor, quando trabalhava no Ministério da Agricultura, no período de criação do Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (Incra). Stephanes afirmou, em relação às questões ambientais, que os próprios agricultores devem ser os grandes ambientalistas do País, informado pelo deputado Homero Pereira (PR-MT), de que a bancada ruralista pretende trabalhar para que os ativos ambientais sejam valorizados pelos agricultores. Em relação à questão do avanço da cana-de-açúcar sobre as áreas de grãos, o ministro ressaltou que a ocupação da cana hoje no País é de cerca de 6 milhões de hectares, ou menos de 10% de toda a área plantada no Brasil. "Se o Brasil agir com inteligência e habilidade, podemos até triplicar a produção de etanol de cana, sem nenhum problema ambiental", explicou o ministro, que considerou, ainda, o biodiesel, como um produto mais complexo, mais desafiador, pelo fato de o País ser pioneiro nos estudos para definir o melhor produto como combustível. Defesa sanitária Segundo o ministro, o governo vai precisar de pelo menos R$ 80 milhões ao ano para adotar um eficiente sistema de defesa animal, com ações de combate à febre aftosa nas fronteiras e um bom sistema de vigilância interna. "Um bom trabalho vai significar muita ajuda e eu quero ser parceiro da Comissão de Agricultura e da bancada ruralista nessa ação", ponderou Stephanes, numa clara referência à necessidade de apoio dos deputados com relação as propostas de emendas ao orçamento nessa setor. Stephanes reafirmou que a defesa sanitária, animal e vegetal, será prioridade em sua gestão. Disse que "é básico que tenhamos um sistema de vigilância muito bem ordenado". O ministro relatou que na próxima semana deverá se encontrar com o ministro da Agricultura do Paraguai, para discutir ações conjuntas de combate à doença, mas não informou, no entanto, onde e quando será o encontro. Foi na fronteira com o Paraguai que surgiram em 2005 casos de febre aftosa em municípios de Mato Grosso do Sul. Neste instante, Stephanes ouve os relatos dos parlamentares, com relação às prioridades nas subcomissões da Câmara.

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