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STF amplia decisão que suspendeu efeitos da condenação da Petrobrás no TST

Petrobrás foi condenada a pagar R$ 17 bilhões na maior ação trabalhista de sua história

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Por Amanda Pupo (Broadcast)
Atualização:

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira, 13, reconsiderar a decisão que suspendeu os efeitos do julgamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que condenou a Petrobrás a pagar R$ 17 bilhões aos trabalhadores. O ministro ainda estendeu a suspensão “inclusive às ações rescisórias em curso sobre a matéria”.

O ato de suspender os efeitos do julgamento e de todos os processos sobre o tema em ‘tribunais e juízos’ até final deliberação do STF sobre a matéria foi tomado pelo ministro Dias Toffoli, durante o recesso judiciário, em julho. A decisão foi confirmada por Moraes no despacho desta segunda. O ministro respondeu a recursos apresentados por Carlos Alberto Matos Cardoso e José Maurício da Silva, que fazem parte do processo e pediam que a decisão fosse revista por Moraes, relator do caso no STF.

Moraes estendeususpensão às ações rescisórias, tipo de ação que visa desconstituir, revisar, uma decisão de mérito que já transitou em julgado Foto: AP Photo/Eraldo Peres

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No entanto, além de negar, ele estendeu a suspensão às ações rescisórias, tipo de ação que visa desconstituir, revisar, uma decisão de mérito que já transitou em julgado.

“Pelo exposto, ratifico a decisão publicada em 6/8/2018, estendendo-a inclusive às ações rescisórias em curso sobre a matéria, as quais devem permanecer suspensas nos Tribunais em que se encontrem”, afirmou Moraes, que negou no início de agosto recurso apresentado contra a decisão de Toffoli.

O ministro destacou que, como “amplamente noticiado”, a questão debatida no caso reproduz-se em milhares de ações, “o que dá contornos bilionários aos valores em disputa”. “Eventual decisão do Supremo favorável à parte demandada na causa principal pode se mostrar ineficaz, caso se tolere a aplicação prematura do precedente do TST nas múltiplas demandas”, afirmou.

Ao confirmar a decisão de Toffoli, Moraes afirmou que é "robusta" a suposição de que um futuro recurso extraordinário contra a decisão do TST "comportará conhecimento" no STF, ou seja, poderá ser apreciado pela Corte. 

'Conhecimento', no jargão jurídico, significa que o processo em questão tem motivos para ser analisado pelo tribunal. Ou seja, 'conhecer' de uma ação ou recurso é a primeira etapa para que a Corte julgue a causa apresentada, o mérito.

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"De um lado, as razões do requerente indicam a presença de fundamentos constitucionais relevantes na decisão tomada pelo Egrégio Tribunal Superior do Trabalho. Assim, mostra-se robusta a suposição de que o futuro recurso extraordinário comportará conhecimento", disse Moraes.

Moraes ainda pediu que o presidente do TST seja comunicado com urgência da decisão, e intimou a Petrobrás a se manifestar sobre o recurso apresentado, para que o ministro reconsiderasse a suspensão.

Quando aceitou o pedido liminar da Petrobrás em julho, Toffoli determinou que deveriam se "manter suspensos, nos Tribunais e Juízos em que se encontrarem, as ações individuais e coletivas que discutem essa matéria, qualquer que seja a fase de sua tramitação, até final deliberação desta Suprema Corte acerca do tema, ou ulterior deliberação, em sentido contrário, do Ministro relator". Durante um período do recesso, Toffoli, como vice-presidente, ficou responsável por despachos urgentes na Corte.

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