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STF deve pautar auxílio-moradia tão logo reajuste seja aprovado

Expectativa dentro do STF é que, caindo o benefício, auxílio será mantido apenas em casos excepcionais

Foto do author Amanda Pupo
Por Amanda Pupo (Broadcast) e Rafael Moraes Moura
Atualização:

Caso o Congresso Nacional aprove o reajuste salarial aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), as ações que tratam do auxílio-moradia concedido a magistratura devem ser pautadas no STF assim que os parlamentares derem aval à revisão salarial, segundo apurou o Broadcast Político/Estadão. 

Nesta quarta-feira, 29, o presidente Michel Temer disse que está confirmado o reajuste do salário dos ministros do STF, de 16,38%. O valor do auxílio-moradia seria incorporado ao salário dos ministros e, na avaliação do presidente, deixaria de existir. 

No último dia 8, o STF decidiu incluir o reajuste de 16,38% no salário dos próprios ministros na proposta orçamentária da Corte Foto: Dida Sampaio / Estadão

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A proposta de substituir o benefício, de cerca de R$ 4,3 mil mensais, pelo reajuste foi discutido em recente encontro de Temer com o próximo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que assume a chefia do STF em 13 de setembro, e o ministro Luiz Fux, que será vice na gestão de Toffoli. Fux é relator das ações que tratam do auxílio-moradia. Segundo apurou o Broadcast Político, a expectativa dentro do STF é de que, caindo o benefício, o auxílio será mantido apenas para casos excepcionalíssimos. 

O pagamento do benefício foi estendido desde 2014 a todos os juízes do País por decisão liminar de Fux, atendendo a ações de entidades de classe. O pagamento ainda foi ampliado a membros do MP e do Judiciário de todo o Brasil no mesmo ano em resoluções aprovadas pelos conselhos Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério Público (CNMP).

Revisão gera 'efeito cascata', que pode gerar gasto de R$ 4 bilhões

 No último dia 8, o STF decidiu incluir o reajuste de 16,38% no salário dos próprios ministros na proposta orçamentária da Corte. Considerado o teto do funcionalismo público, a remuneração atual dos integrantes da Suprema Corte é de R$ 33.763,00 e pode subir para R$ 39.293,32, um aumento de R$ 5,5 mil. 

Essa revisão, se aprovada pelo Congresso, gera um "efeito cascata" no Brasil, já que o aumento fica vinculado ao vencimento de membros do Poder Judiciário em todo o País. A situação pode gerar uma fatura extra de até R$ 4 bilhões, a ser dividida entre os poderes da União e dos Estados, segundo cálculo feito pelas consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado. A questão gerou uma forte preocupação do Executivo, que, em um primeiro momento, apresentou resistência em enviar ao Congresso projeto de lei com previsão de reajuste.

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Nas conversas entre os poderes, no entanto, ganhou força a proposta do fim do auxílio-moradia pela revisão salarial. A ideia é vista por integrantes do Supremo também como uma forma de dar maior transparência aos vencimentos da magistratura.

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