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Subscrição confunde investidores

Empresas garantem a acionistas direito de compra de novos papéis, mas é preciso checar condições e metas

Por Yolanda Fordelone
Atualização:

A decisão da construtora Abyara e da empresa de intermediação imobiliária BR Brokers de aumentar o número de ações negociadas em Bolsa, com a possibilidade de os atuais acionistas subscreverem novos papéis, desperta muitas dúvidas entre os investidores. O chamado direito de subscrição permite que esses acionistas comprem novos papéis por um valor inferior ao de sua cotação na Bolsa. A maior confusão deriva do prazo, o que pode levar o investidor, sem saber, a deixar de exercer este direito - ou mesmo perder a chance de vendê-lo, se julgar melhor. "Muitos não sabem que a subscrição tem prazo de vencimento", diz o ombudsman da BM&FBovespa, Joubert Rovai. Ao anunciar uma subscrição, a empresa está aumentando a quantidade de ações em Bolsa. "Para que os investidores não diminuam a participação, a companhia é obrigada a oferecer novos papéis aos acionistas existentes em uma proporção definida", explica o professor da Fipecafi Alexandre Di Miceli. Esta é a alternativa seguidapelo analista de agronegócios Felipe Oliva. "Sempre observo se a empresa está captando recursos para expandir-se. Se acredito nela, acho interessante exercer porque não diluo a minha participação", justifica o investidor, de 26 anos. Exercer o direito é simples: basta o acionista informar seu interesse à corretora . "Não há custos", acrescenta o diretor da corretora SLW, Robson Domingues Queiroz. Ao invés de exercer a subscrição, o investidor pode também vendê-la a outros interessados. Ao tomar a decisão, o primeiro ponto a considerar é o preço da oferta, inferior ao da cotação do papel no mercado. Às vezes, boatos anteriores ao anúncio da subscrição fazem com que o preço da ação oscile bastante. Quando a operação é efetivamente divulgada, o preço acertado pode até ser maior do que a cotação na Bolsa. "Outra análise deve ser a de risco, já que o investidor estará aplicando mais capital na empresa", alerta Miceli. A subscrição é oferecida porque, geralmente, solicitar empréstimo ao banco sai mais caro. E as razões para as empresas recorrerem aos investidores variam: os recursos podem ser necessários ao pagamento de dívidas ou para viabilizar planos de expansão que envolvam aquisições. ENTENDA Prazo de vencimento - Apesar de haver 30 dias para a compra, na prática são cerca de 20 dias úteis para que o direito de subscrição seja exercido pelo acionista. Risco - Palavra com vários sentidos nos investimentos, como risco de liquidez (caso não haja comprador para o papel) ou financeiro (volatilidade de preço dos ativos).

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