Em rápida entrevista ao ser interceptado por jornalistas na saída da posse do novo presidente da Eletrobras, no Rio, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que "qualquer decisão sobre o substituto do Frigorífico Bertin na composição societária da empresa responsável por construir a usina de Belo Monte deve sair nos primeiros dias de março". Lobão não quis dar detalhes do tema e nem sequer disse se esta previsão é para a antes ou depois do carnaval.
Ainda no meio do tumulto, Lobão comentou a alta dos preços internacionais do petróleo. Indagado sobre a manutenção dos preços do diesel e da gasolina no mercado interno, o ministro lembrou que eles estão congelados nos últimos dois anos e que a última alteração que ocorreu foi uma redução. "Até certo limite dá para segurar", afirmou. Questionado se esse limite poderia ser de US$ 110 a US$ 120 por barril no mercado internacional, Lobão consentiu: "Mais ou menos por aí".
Guerra com setor ambiental
Lobão rebateu os dados que apontam que em 2010 houve mais desligamentos de energia (apagões) do que no ano anterior e aproveitou a deixa para atacar a "verdadeira guerra" que é travada "dia-a-dia" com o setor ambiental.
"Houve uma crítica pesada de que em 2010 houve muito mais desligamentos do que em 2009. Mas não se disse que esta diferença envolveu apenas uma linha, que vai de Mato Grosso a Rondônia. E por que houve isso naquela linha? Porque estamos na tentativa de construir uma linha nova, mas tivemos embaraços", afirmou.
Dirigindo-se especificamente ao novo presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, que tomou posse hoje, ele destacou: "O senhor não imagina qual é a guerra que temos que enfrentar dia-a-dia com o setor ambiental".
"Acho que a defesa do meio ambiente é dever de cada pessoa. Estamos vendo todos os dias os impactos disso. Portanto, a preservação ambiental é um dever de todos. Mas não podemos levar isso aos limites do absurdo. Muitas vezes não é necessário tomar aquela posição que de nós é exigida", disse.
Lobão exemplificou com a adoção do sistema de usinas plataformas no Rio Madeira a preocupação com o meio ambiente que o Ministério de Minas e Energia possui. "Nós adotamos o mesmo sistema utilizado pela Petrobrás nas plataformas, que é levar o funcionário até lá, mas não deixar que ele se instale lá. Assim reduzimos os impactos na região", afirmou.