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Sucessão de recordes do Ibovespa leva pequeno investidor ao mercado

Número de pessoas físicas que negociaram ações em novembro cresce 49% em relação ao mesmo mês de 2006

Por Marianna Aragão
Atualização:

Quinta-feira, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) bateu seu 43º recorde no ano. Ontem, esteve próximo de renová-lo, mas um movimento de realização de lucro provocou uma leve queda de 0,23%. A sucessão de resultados positivos acumulados pela Bovespa em 2007 tem despertado o interesse de investidores individuais pelo mercado de ações. Segundo a Bolsa paulista, o número de pessoas físicas que negociaram seus papéis em novembro chegou a 327.740 - um crescimento de 49% ante o mesmo período do ano passado. O redator publicitário Diego dos Anjos, de 33 anos, faz parte desse novo grupo de investidores. Acostumado a depositar parte de seu salário em fundos de renda fixa, ele estava insatisfeito com os resultados desse tipo de aplicação, cada vez menores em conseqüência da queda gradual da taxa básica de juros no País. Em julho, ele começou a investir na Bolsa. "Me chamou a atenção a exuberância do mercado brasileiro de ações, que está virando uma grande vedete mundial", comenta. Novato na Bolsa, Anjos preferiu aplicar, inicialmente, um porcentual pequeno de seu patrimônio. O publicitário, porém, está otimista com a possibilidade de o País conquistar o grau de investimento, algo que, acredita, deve ocorrer no próximo ano. Então, pretende depositar 40% de suas economias no Bolsa. "Não dá pra ficar de fora." Há apenas três meses como investidora da Bolsa, a designer de interiores Ivete Calil, de 34 anos, já transformou em números a rentabilidade de sua carteira de ações. "Em três meses, consegui acumular um ganho de R$ 160 sobre os R$ 1.000 investidos", diz ela, que foi estimulada pelo marido, Mauro Calil, a trocar a poupança pelas ações. Além de manter uma carteira pessoal, eles participam de um clube de investimentos, formado por familiares e amigos. Calil migrou da renda fixa para o mercado acionário há quatro anos. Começou investindo 20% do patrimônio nesse tipo de aplicação. Hoje, tem quase 80%. "Peguei uma fase ótima da Bolsa, quando as empresas ainda estavam desvalorizadas", conta Calil, que pretende continuar investindo. "Até sair o grau de investimento, vou aportar cada vez mais capital", promete o administrador, de 38 anos. Para o gerente-geral do Instituto Nacional de Investidores (INI), Paulo Portinho, um dos motivos que explicam a corrida de pessoas físicas à Bolsa é a quantidade de IPOs (oferta pública inicial de ações) realizadas este ano. "O sucesso de estréias como a da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) atrai gente nova", diz. Além disso, a queda na rentabilidade da renda fixa e a facilidade de operar as ações por meio de softwares como homebroker também colaboraram para o movimento. Segundo analistas, as perspectivas para o mercado acionário brasileiro ainda são positivas, a despeito das incertezas no cenário econômico internacional. O economista-chefe da Ágora Corretora, Álvaro Bandeira, prevê que o Ibovespa encerrará 2008 entre 75 mil e 80 mil pontos, uma valorização de no mínimo 15% em relação ao nível atual.

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