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Suco: governo desistirá de ir à OMC contra os EUA

As sobretaxas atingem a todos os exportadores de suco congelado e concentrado, com exceção da Citrovita, que, entretanto, é objeto de outro processo de dumping.

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo e as indústrias brasileiras processadoras de suco de laranja devem desistir de contestar, junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), a decisão da Comissão de Comércio Internacional (ITC) dos Estados Unidos, tomada em fevereiro, de sobretaxar em até 60,92% as importações da bebida. O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia, afirmou que se reuniu hoje com representantes do Itamaraty "e que até agora não há dados que pudessem configurar qualquer tipo de ilegalidade na decisão do governo americano". De acordo com Garcia, o processo continuará a ser estudado, "mas essa avaliação não é prioridade para nós e nem para o governo". Indagado se isso seria um sinal de que governo e indústria desistissem de levar os Estados Unidos à OMC, Garcia ratificou. "É provável que sim". A decisão final tomada pela ITC atendeu as queixas apresentadas por produtores de laranja da Flórida, que acusam os exportadores brasileiros de praticar dumping, vendendo o produto abaixo do custo de produção. As sobretaxas variam de 9,73% a 60,29%, dependendo do exportador. Uma reavaliação final da taxação só pode ocorrer em três anos. As sobretaxas atingem a todos os exportadores de suco congelado e concentrado, com exceção da Citrovita, que, entretanto, é objeto de outro processo de dumping. Além desse porcentual, o suco brasileiro paga US$ 418 por tonelada como tarifa de importação, o que leva a indústria brasileira a sustentar que a decisão da ITC é uma sobretaxa. O presidente da Abecitrus lembrou que a decisão elevou o preço do suco de laranja para o consumidor norte-americano e que as vendas do produto no mercado interno caíram 12% no mês passado. "Esse é o primeiro reflexo da taxação", concluiu o executivo.

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