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Suíça agora só quer dinheiro ?limpo?

Por AE
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Políticos e empresários de todo o mundo correm o risco de ter de buscar um novo local para esconder suas fortunas. Em uma decisão considerada como uma verdadeira revolução, o governo suíço anunciou ontem que não quer mais receber dinheiro estrangeiro em seus bancos que não tenham sido declarados ao fisco de seus países de origem. Pressionada, a Suíça iniciou um longo processo de reforma de suas leis fiscais para tentar deixar de ser classificada como um paraíso fiscal. Ontem, o governo apresentou ao Parlamento uma série de medidas nesse sentido. Mas a oposição defensora do segredo bancário já declarou que lutará para evitar a aprovação de tais medidas. Os bancos suíços seriam responsáveis por guardar um terço das fortunas do planeta, cerca de US$ 3 trilhões. Mas, desde que a pressão internacional sobre Berna foi intensificada há dois anos e que o G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) anunciou que iria combater os paraísos fiscais, bilhões de dólares já deixaram o país rumo a outras praças mais "seguras". Desde a eclosão da crise financeira, o país vem sendo tomado por uma onda de escândalos e tentativas de governos estrangeiros de obter recursos de seus cidadãos que nos últimos anos encontraram refúgio na Suíça. O governo americano chegou a colocar um banqueiro do UBS na prisão, enquanto alemães e franceses obtiveram listas de clientes de bancos como o HSBC em Genebra. O governo brasileiro já conseguiu o bloqueio de US$ 30 milhões em dezembro na Suíça. Além disso, a família do deputado Paulo Maluf ainda tem seus recursos bloqueados no país, segundo a Justiça de Genebra. Em março de 2009, a Suíça já havia atenuado a regra do segredo bancário. Agora, o governo quer regularizar a situação e deixar de ser visto pela comunidade internacional como um pária nas finanças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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