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Summers deixa equipe de Obama

Assessor econômico do presidente vai voltar carreira acadêmica na Universidade Harvard

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTONO diretor do Conselho Nacional Econômico dos Estados Unidos, Lawrence Summers, abandonará seu cargo em novembro para retomar a carreira acadêmica na Universidade Harvard, informou ontem a Casa Branca em comunicado.De acordo com a declaração, Summers, que também ocupa o cargo de assessor do presidente Barack Obama para Política Econômica, voltará a Harvard após as eleições legislativas de 2 de novembro."Sempre serei agradecido por, em um momento de grande risco para nosso país, um homem de brilho, experiência e bom julgamento como Larry ter aceitado o pedido para liderar nossa equipe econômica", disse Obama em comunicado.Após a crise dos últimos dois anos, a pior desde os anos 30, "nos resta muito a fazer para reparar os danos sofridos, mas estamos em um caminho melhor graças, em grande medida, aos sábios conselhos de Larry", acrescentou.Summers disse que sentirá falta de "colaborar com o presidente e sua equipe nos desafios diários da política econômica". "Tenho muita vontade de retornar a Harvard para ensinar e escrever sobre as bases econômicas da criação de emprego e a estabilidade financeira."Summers, que foi secretário do Tesouro na administração de Bill Clinton e era reitor de Harvard até seu retorno à Casa Branca no governo Obama, continuará assessorando o presidente de modo informal.O comunicado acrescenta que o ex-secretário do Tesouro continuará também como membro do Painel de Conselheiros Econômicos do presidente, uma entidade independente que se encarrega de aconselhar a Casa Branca sobre os efeitos de sua política econômica, presidido pelo ex-presidente do Federal Reserve Paul Volcker.Destaque. À frente do Conselho Nacional Econômico, Summers supervisionou a coordenação da política econômica no governo, encarregou-se da seção informativa sobre economia que Obama recebe diariamente e, em muitas ocasiões, foi porta-voz informal para assuntos econômicos da Casa Branca.Ele foi também um dos arquitetos do plano de estímulo econômico que o Congresso aprovou no ano passado, avaliado em US$ 787 bilhões, e liderou a reestruturação da indústria automobilística após a grave crise entre 2008 e 2009. Além disso, exerceu um importante papel nas relações econômicas dos EUA com o resto do mundo, especialmente a China, e nas negociações internacionais sobre a mudança climática.Funcionários próximos a Obama dizem que o presidente se apoiou nos conselhos de Summers durante a crise financeira de 2008-2009.Mudanças. Summers é o terceiro alto funcionário a sair da equipe econômica de Obama, deixando o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, como o único membro da equipe original ainda no cargo.O diretor de Orçamento da Casa Branca, Peter Orszag, deixou a equipe econômica em julho e a presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Christina Romer, saiu no início deste mês.Analistas avaliam que Obama precisa dar um novo rumo à economia, e precisa da confiança em sua liderança num momento em que as pesquisas apontam que ele pode perder seus aliados democratas nas eleições legislativas de novembro.A popularidade do presidente está bastante baixa, com o país registrando uma taxa de desemprego de 9,6%.Geithner descreve Summers como uma pessoa que "sempre faz as perguntas mais duras e força debates difíceis sobre a melhor maneira de estimular nossa economia e nosso país". Acidez. Em alguns episódios vazados para a imprensa, Summers foi acusado de deixar de fora de reuniões decisivas pessoas-chave, incluindo Paul Volcker, Christina Romer e seu sucessor, o economista Austan Goolsbee. Em seu livro, A Promessa: Presidente Obama, Ano 1, Jonathan Alter descreveu um episódio entre Summers e Christina que terminou com ela dizendo a ele: "Não me humilhe". / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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