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´Super DIs´ serão mais conservadores

Novos fundos poderão surgir, mas por enquanto mercado apenas se protege contra oscilações

Por Agencia Estado
Atualização:

O prejuízo dos fundos DI e renda fixa, considerados investimentos de risco mínimo, abalou a confiança dos aplicadores. Para conter a onda de fuga desses investidores, desapontados com os prejuízos, algumas instituições estudam a criação de novos produtos, com o mesmo formato dos fundos atuais, mas supostamente com menos carga de risco. A idéia é oferecer opções de baixíssimo risco, embora à custa de um rendimento menor que os dos DIs. Os novos produtos em gestação já estão sendo batizados de "Super DIs" ou "DIs puros". Esses fundos são comuns nos Estados Unidos, onde são chamados de MoneyMarket. O analista de Fundos da agência de classificação de risco Moody´s, Norton Torres de Bastos, explica que esses fundos têm um número maior de regras que restringem os riscos dos fundos. "Apesar disso, para ser atraente, o rendimento tem de superar o da caderneta de poupança." Márcia Dessen, diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Planejadores Financeiros (IBCPF), diz que, nos Estados Unidos, os recursos aplicados nesses fundos são considerados "dinheiro vivo", pois podem ser sacados rapidamente. "Essa carteiras não poderão possuir títulos com troca de indexadores (swap) ou outros negócios para ´turbinar´ o rendimento da carteira, que são correntes aqui, hoje em dia." Porém, a formação de carteiras dessa modalidade implica uma regulamentação nova que determine as diretrizes desses fundos. Por ora, os gestores estão daptando suas carteiras para reduzir o risco e a volatilidade dos fundos ou os próprios investidores estão migrando para investimentos mais conservadores, como caderneta e CDB. Segurança Novos produtos já estão sendo preparados para ir às prateleiras do bancos e conquistar aqueles investidores que buscam a segurança da rentabilidade positiva diária que era obtida nos fundos DI e renda fixa. O HSBC, por exemplo, está para lançar um produto que aplica apenas em títulos de curto prazo, segundo informações da Assessoria de Imprensa da instituição. O Banco Fator também prepara um fundo novo, com algumas características dos Super DIs. O Banco Central tem recomprado títulos emitidos por ele com vencimento a partir de 2003 e colocado no mercado papéis com prazos de vencimento mais curtos, a maioria com data-limite para antes de janeiro, início do mandato do próximo presidente. Essa atitude faz com que os fundos sejam forçados a reduzir o prazo médio de vencimento dos títulos, tornando-as menos voláteis por imposição. Porém, o gerente de Open Market do Banco Prósper, Carlos Cintra, lembra a perda dos fundos dos últimos dias e afirma que não existe produto de investimento sem risco. "O fato despontou uma percepção no investidor brasileiro de que ele está sujeito à perdas sempre que entrega suas reservas em troca de remuneração."

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