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Superávit da balança comercial já caiu 69,5% em um ano

Importações cresceram 40,1% na comparação com o acumulado do ano passado; as exportações avançaram 25,2%

Por Renata Veríssimo e BRASÍLIA
Atualização:

Pressionado pelo forte aumento das importações, o superávit da balança comercial brasileira já registra este ano uma queda de 69,5% em relação ao mesmo período de 2009. As compras de mercadorias no exterior somam US$ 48,59 bilhões até a semana passada, o que representa uma alta de 40,1% na média diária, em comparação com o ano passado. As exportações totalizam no mesmo período US$ 50,25 bilhões, mostrando um ritmo de crescimento mais modesto: 25,2% pela média diária. O descompasso entre importações vigorosas e exportações patinando se acentuou nas quatro primeiras semanas de abril. O superávit acumulado neste mês é de apenas US$ 775 milhões, o que significa queda de 72% pela média diária em relação a abril de 2009. As importações registram US$ 10,25 bilhões, 58,4% a mais que em abril do ano passado, e as exportações totalizam US$ 11,02 bilhões, expansão de 19,3% no período.Queda. Em valores, a queda do saldo comercial acumulado no ano é de US$ 3,87 bilhões em relação ao mesmo período de 2009. O resultado tem afetado as contas externas do governo, contribuindo para o déficit em transações correntes (resultado de todas as operações do País com o exterior).Na avaliação do governo, o aumento das importações não preocupa porque é relacionado à compra de máquinas, destinadas a aumentar a capacidade produtiva das empresas.Na semana passada, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse que a maturação dos investimentos vai ajudar a gerar exportações e previu um retorno "à normalidade" em 2012. No entanto, o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, não concorda com esta avaliação.Segundo ele, os números não mostram "uma explosão" nas importações de máquinas e equipamentos. "As importações de bens de capital crescem bem comportadas", afirma. "O mercado interno aquecido e a certeza de que a taxa de câmbio não vai subir dão segurança para que as empresas importem mais insumos'', avaliou.

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