
03 de junho de 2015 | 02h02
De fato, as exportações de US$ 16,76 bilhões em maio cresceram 10,6% em relação a abril, mas foram 15,2% inferiores às de maio de 2014 e continuaram a depender, em mais de 50%, da venda de commodities.
Entre janeiro e maio, as exportações de US$ 74,7 bilhões foram US$ 15,3 bilhões inferiores (-16,2%) às de igual período do ano passado. E nos últimos 12 meses caíram 12,2%, de US$ 238,8 bilhões para US$ 209,7 bilhões. Lideraram as quedas minério de ferro, soja em grão, carnes bovina, suína e de frango e farelo de soja. Ou seja, o Brasil se sai mal no que é mais competitivo.
As importações pioraram ainda mais. Em maio, foram as mais fracas do ano, de US$ 14 bilhões ou US$ 700 milhões por dia útil. Caíram 4,5% em relação a abril, 26,6% em relação a maio de 2014 e 18,1% entre os primeiros cinco meses de 2014 e de 2015. Reduziram-se as compras de combustíveis e lubrificantes, matérias-primas e bens intermediários, bens de capital e de consumo. O Brasil comprou menos de todos os blocos econômicos, a começar da África (-45,2%).
Exportando e importando menos, a corrente de comércio caiu 17,2% no ano, comparativamente a igual período de 2014, de US$ 185 bilhões para US$ 151,7 bilhões. O País é um dos mais fechados do mundo.
Os erros da política de comércio exterior são evidentes. O País perdeu competitividade no mercado de manufaturados e depende de reduzido número de commodities para equilibrar a balança. Os efeitos da desvalorização cambial são lentos, as regras do Mercosul impedem acordos bilaterais e o comércio com nações africanas pouco agregou.
Com mais investimentos, inclusive em inovação, a indústria já teve papel crucial nas exportações. Hoje, pouco ajuda a reduzir o déficit corrente do balanço de pagamentos, de US$ 104,8 bilhões em 2014 e estimado em US$ 84 bilhões neste ano.
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