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Superávit do governo central triplica em janeiro

O superávit, que ficou em R$ 11,764 bilhões, representa a arrecadação do Tesouro, Previdência e menos as despesas, exceto o pagamento de juros

Por Agencia Estado
Atualização:

As contas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) surpreenderam e apresentaram um superávit primário de R$ 11,764 bilhões em janeiro, informou nesta terça-feira o Tesouro Nacional. Este valor representa a arrecadação do governo central menos as despesas, exceto o pagamento de juros e é o triplo do registrado no mesmo mês do ano passado (R$ 4,021 bilhões). Trata-se do maior para meses de janeiro desde o início da série histórica desse indicador, em 1997. O secretário do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy, explicou que não houve restrição do governo na liberação das despesas de custeio e capital para que o superávit no mês fosse mais elevado. "A liberação foi normal. As liberações estão ocorrendo dentro da programação financeira, sem nenhum tipo de restrição", afirmou ele. Segundo Godoy, foram as receitas do governo - acima do esperado - que contribuíram para o superávit mais robusto em janeiro. "As receitas superaram o que nós estávamos imaginando. Nós só fomos perceber isso mais no final do mês", afirmou. Ele ressaltou que a programação das despesas, por outro lado, é feita no início do mês e, portando, não pôde ser alterada. "O que explica o resultado não é a contenção das despesas. É a dinâmica da arrecadação", disse ele. O esforço fiscal no mês passado superou as estimativas do mercado financeiro, que iam de R$ 3 bilhões a R$ 7,9 bilhões (mediana de R$ 6,05 bilhões), e é o maior desde abril de 2006, quando o superávit primário das contas do governo central foi de R$ 14,726 bilhões. No resultado, o Tesouro Nacional contribuiu com superávit de R$ 15,586 bilhões, a Previdência teve déficit de R$ 3,696 bilhões e o Banco Central, resultado negativo de R$ 125,4 milhões. O superávit primário do governo central em janeiro correspondeu a 6,68% do PIB. No ano passado, o saldo positivo das contas equivalia a 2,45%. Em nota, o Tesouro atribuiu a melhora nas contas do governo central à ocorrência, em janeiro de 2006, de dois fatores atípicos que não tiveram correspondência no mês passado. O primeiro deles foi o resultado menor do déficit da Previdência, que em janeiro de 2006 foi de R$ 4,844 bilhões ante R$ 3,696 bilhões em janeiro de 2007. No início do ano passado, o resultado foi mais elevado por conta da concentração do pagamento de precatórios de benefícios devidos pela Previdência. Além disso, houve, em janeiro de 2006, o registro de despesas do Tesouro com a capitalização da Engea (empresa que administra os ativos referentes a empréstimos imobiliários de difícil recuperação feitos pela Caixa Econômica Federal), em R$ 1,5 bilhão. O Tesouro ainda atribuiu o bom desempenho das contas em janeiro deste ano ao comportamento "mais dinâmico" das receitas em comparação com à execução das despesas.

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