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Superávit em conta corrente é o melhor dos meses de maio

Por Agencia Estado
Atualização:

A conta corrente do balanço de pagamentos de maio teve um superávit de US$ 882 milhões. O resultado ficou perto do teto da estimativas do mercado, que variavam de US$ 410 milhões a US$ 900 milhões. O valor, divulgado hoje pelo Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, é o melhor desde setembro do ano passado, quando a conta corrente teve um superávit de US$ 1,237 bilhão. É também o melhor resultado para meses de maio desde 1990, segundo informou o chefe do Depec, Altamir Lopes. A conta corrente, no entanto, ainda acumula um déficit de US$ 2 milhões no período de janeiro a maio, e tem um déficit de US$ 572 milhões (0,13% do PIB) em 12 meses até o mês passado. No período entre janeiro e maio do ano passado, a conta corrente acumulava um déficit de US$ 7,126 bilhões (3,89% do PIB). O déficit em 12 meses até maio do ano passado estava acumulado, ao mesmo tempo, em US$ 19,110 bilhões (3,96% do PIB). Conta de capital A conta de capital e financeiro teve em maio, segundo o Depec, um superávit de US$ 134 milhões no mês passado, contra o déficit de US$ 521 milhões registrado em abril. Em maio do ano passado, a conta de capital e financeira havia registrado um superávit de US$ 1,487 bilhão. No período de janeiro a maio do corrente ano, a conta de capital registra um superávit acumulado de US$ 3,033 bilhões, contra os US$ 4,228 bilhões de igual período do ano passado. Balanço de pagamentos O balanço de pagamentos, segundo o Banco Central, teve em maio um superávit de US$ 1,162 bilhão, contra o déficit de US$ 1,157 bilhão tido em abril. No período de janeiro a maio, o balanço de pagamentos acumula um superávit de US$ 3,991 bilhões. Em igual período do ano passado, o balanço de pagamentos tinha um déficit acumulado de US$ 3,308 bilhões. Previsões para junho O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, previu hoje que a conta corrente do balanço de pagamentos do País com o exterior deve fechar o mês de junho com um superávit em torno de US$ 800 milhões. "Pode se um pouco mais", comentou ele. Segundo Lopes, o resultado positivo da conta corrente em junho será influenciado pelo bom desempenho do saldo comercial. Pelas estimativas do chefe do Depec, a balança comercial deve fechar o mês com um superávit em torno de US$ 2,4 bilhões. Até a terceira semana do mês, último dado disponível, a balança acumula um superávit de US$ 1,60 bilhão. Melhor para os meses de maio desde 1990 O superávit de US$ 882 milhões registrado em maio na conta corrente do balanço do pagamentos é o melhor resultado para meses de maio desde 1990. Altamir Lopes avaliou o resultado como extremamente positivo. "Representa a continuidade da recuperação da conta corrente", disse Altamir. O superávit na conta corrente em maio é o terceiro do ano. Em janeiro, a conta corrente teve um superávit de US$ 163 milhões e, em março, de US$ 116 milhões. O chefe do Depec também destacou como positivo o déficit de apenas US$ 2 milhões na conta corrente registrado no período de janeiro a maio. Segundo ele, o superávit de maio é decorrente principalmente do saldo positivo de U S$ 2,5 bilhões, mas também reflete em boa medida a redução dos gastos externos com serviços e renda. Prazos mais longos Altamir Lopes também destacou como uma sinalização positiva a redução dos fluxos de curto prazo, que vêm dando lugar ao capital de médio e longo prazos, segundo ele. Os fluxos de curto prazo predominaram no final do ano passado e início deste ano, com a crise da economia brasileira. Para mostrar essa melhora, o chefe do Depec divulgou a evolução do comportamento da taxa de rolagem dos empréstimos externos de médio e longos prazos, que apresenta uma sensível melhora nos últimos meses. Pelos dados do BC, a taxa de rolagem dos empréstimos de médio e longo prazos fecharam em maio em 185%. Em junho até o dia 24, a taxa de rolagem estava em 159%. Em janeiro deste ano, essa taxa era de apenas 17%. Para o ano, o BC estima agora uma média de taxa de rolagem de 90%. A projeção anterior era de 60%. A taxa de rolagem de papéis em maio fechou em 219% e de empréstimos diretos em 161%. Altamir subiu de 75% para 100% a previsão de taxa de rolagem dos papéis e de 50% para 75% dos empréstimos diretos ao final de 2003. "O que se observa é transformação de créditos de curto prazo rolados com prazos mais longos", comentou Altamir.

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