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Superávit primário continua acima da meta, mas não paga juros

o superávit primário em 12 meses até março está em 4,39% do PIB, superior, portanto, à meta de 4,25%, fixada pelo governo para 2006. Contudo, depois de pagar juros, contas ficam negativas em R$ 23,194 bilhões

Por Agencia Estado
Atualização:

O superávit primário - arrecadação menos as despesas, exceto o pagamento de juros - do setor público (União, Estados e municípios e empresas estatais) no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 20,981 bilhões, o equivalente a 4,39% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor é quase R$ 7 bilhões inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o total foi de R$ 27,677 bilhões, ou 6,32% do PIB. Mesmo com o baixo desempenho do trimestre, o superávit primário em 12 meses até março está em 4,39% do PIB, superior, portanto, à meta de 4,25%, fixada pelo governo para 2006. Em reais, o montante chega a R$ 86,809 bilhões. O valor economizado para pagamento dos juros no primeiro trimestre deste ano, contudo, não foi suficiente. O setor público acumulou um déficit nominal - resultado do superávit primário descontado o pagamento dos juros - de R$ 23,194 bilhões, valor que corresponde a 4,86% do PIB. Em igual período de 2005, o déficit nominal havia ficado em R$ 10,228 bilhões (2,33% do PIB). No período de 12 meses até março, o déficit nominal do setor público está acumulado em R$ 76,606 bilhões, o equivalente a 3,87% do PIB. No ano passado, o déficit nominal do setor público terminou em R$ 63,641 bilhões, que equivaliam a 3,28% do PIB. Resultado de março supera expectativas Contrariando a tendência do trimestre, março teve o melhor resultado para o mês. Isso porque as contas do setor público apresentaram um superávit primário de R$ 13,186 bilhões. O número superou o teto das previsões dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que iam de R$ 5,5 bilhões a R$ 10,6 bilhões. Todos os níveis de governo apresentaram superávit no mês. O Governo Central (governo federal, Banco Central e Previdência) teve um superávit primário de R$ 5,614 bilhões. Os governos regionais (Estados e municípios) registraram superávit de R$ 2,077 bilhões e as empresas estatais um superávit de R$ 5,494 bilhões. Em março do ano passado, o superávit primário foi de R$ 12,258 bilhões. Dívida líquida é de 51,7% do PIB A dívida líquida do setor público fechou março em 51,7% do PIB. O percentual correspondia a R$ 1,021 trilhão. Em fevereiro, a dívida líquida estava em 51,8%, o equivalente aos mesmos R$ 1,021 trilhão. A dívida líquida do setor público é representada pelo saldo líquido do endividamento do setor público não-financeiro e do Banco Central com o sistema financeiro (público e privado), com o setor privado não-financeiro e com o resto do mundo. Apesar da ligeira queda em março, a dívida líquida ainda apresenta no acumulado do ano um crescimento 0,2 ponto porcentual do PIB em relação ao fechamento de 2005, quando a dívida estava em 51,5% do PIB. De acordo com a nota do Banco Central, os juros altos e o ajuste da paridade de moedas que compõem a dívida externa líquida foram fatores que mais contribuíram para o crescimento da dívida no período. Em sentido contrário, o resultado primário e a apreciação cambial ajudaram a reduzir o tamanho do endividamento do setor público. Este texto foi atualizado às 11h58.

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