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Superávit primário em julho bate recorde, mas não paga juro

O valor, apesar de ter sido o melhor para meses de julho desde o início da série histórica, em janeiro de 1991, não foi suficiente para o País pagar sua despesa com juros que, no mês passado, foi de R$ 12,136 bilhões

Por Agencia Estado
Atualização:

As contas do setor público (governo federal, estados, municípios e empresas estatais) registraram em julho um superávit primário - arrecadação menos despesas, exceto o pagamento de juros - de R$ 8,796 bilhões, informou hoje o Banco Central. O valor, contudo, apesar de ter sido o melhor para meses de julho desde o início da série histórica, em janeiro de 1991, não foi suficiente para o País pagar sua despesa com juros que, no mês passado, foi de R$ 12,136 bilhões em julho. Com isso o Brasil encerra o mês de julho com um déficit nominal (saldo negativo) de R$ 3,340 bilhões. O resultado das contas públicas em julho foi um pouco melhor do que o alcançado em junho, quando o País registrou um déficit nominal de R$ 5,610 bilhões. Mas, no acumulado do ano, as contas apresentam um desempenho pior, se comparado a 2004. No período de janeiro a julho de 2005, o déficit nominal está acumulado em R$ 23,519 bilhões, que correspondem a 2,14% do PIB. Em igual período do ano passado, o déficit nominal estava em R$ 19,407 bilhões, que equivaliam a 1,97% do PIB. Resultado do superávit está acima da meta Sem considerar o pagamento de juros, as contas públicas do Brasil têm registrado desempenho melhor do que o esperado. No acumulado do ano, as contas acumulam um superávit primário de R$ 68,745 bilhões. O esforço fiscal nos sete primeiros meses do ano é correspondente a 6,27% do PIB, valor muito acima da meta de superávit fixada pelo governo para 2005 de 4,25% do PIB. Apesar dos resultados recordes nas contas do setor público até julho, o chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (Depec) do Banco Central, Luiz Malan, disse, que o governo continua mirando a meta de superávit primário de 4,25% do PIB para esse ano. Malan destacou que, no segundo semestre do ano, há uma "sazonalidade muito forte" de aumento das despesas que faz com que a folga no superávit seja reduzida até o final de dezembro. Ele destacou que, em 2004, o superávit acumulado até julho estava em 5,37%, caindo no final do ano para 4,59%, valor próximo da meta de 4,5% do PIB fixada para o ano passado. Dívida líquida em julho A dívida líquida do setor público teve um ligeiro aumento em julho, atingindo 51,3% do PIB, o equivalente a R$ 971,751 bilhões. A dívida líquida do setor público é representada pelo saldo líquido do endividamento do setor público não-financeiro e do Banco Central com o sistema financeiro (público e privado), com o setor privado não-financeiro e com o resto do mundo. Malan, disse que a dívida líquida do setor público poderá fechar agosto em 51,5% do PIB. A projeção, de acordo com Malan, foi feita tendo como base uma taxa de câmbio de R$ 2,40.

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