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Supermercados e vestuário puxam alta de 0,5% nas vendas do varejo em abril

Segundo o IBGE, alta não é suficiente para trazer os indicadores do comércio para uma trajetória mais sustentável; em relação a abril de 2015, as vendas caíram 6,7%

Por Vinicius Neder
Atualização:
Vendas em supermercados subiram 1% em abril Foto: Evelson de Freitas/Estadão

RIO - As vendas do comércio varejista subiram 0,5% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira, 14, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao divulgar a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado.

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Na comparação com abril de 2015, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 6,7% em abril de 2016. As vendas do varejo restrito acumulam retração de 6,9% no ano e de 6,1% em 12 meses.

A alta de 0,5% nas vendas do comércio varejista em abril ante março foi verificada em três das oito atividades pesquisadas pelo IBGE. A atividade de supermercados e hipermercados foi o destaque, com alta de 1,0% na margem, revertendo a queda de 1,4% vista em março ante fevereiro. A atividade de supermercados representa cerca de 50% das vendas do varejo restrito.

Segundo a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, a estabilização da inflação de alimentos na passagem de março para abril ajuda a explicar a alta nas vendas dos supermercados. "Num primeiro momento (de aceleração da inflação), a família se adapta", lembrou Isabella, destacando que, em seguida, as famílias voltam a consumir.

O segmento de tecidos e vestuário também avançou 3,7% em abril na margem, revertendo a queda de 4,7% em março ante fevereiro. Além desse, a outra atividade a ficar no azul foi "outros artigos de uso pessoal e doméstico", que contempla o comércio eletrônico e as lojas de departamento, com alta de 2,8% em abril ante março, contra queda de 1,9% em março contra fevereiro.

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 1,4% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. Na comparação com abril de 2015, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 9,1% em abril de 2016. Até abril, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam queda de 9,3% no ano e recuo de 9,7% em 12 meses.

A queda de 1,4% em abril ante março se explica por causa do desempenho negativo das vendas dos segmentos de veículos (-6,6%) e material de construção (-4,0%). A queda na margem na atividade varejista de veículos é a maior desde dezembro de 2014, quando foi de 10,2%, informou o IBGE.

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Segundo a gerente do IBGE, a alta em abril ante março ainda não é suficiente para trazer os indicadores do comércio para uma trajetória mais sustentável. Isabella destacou que a queda de 6,7% em abril ante abril de 2015 é a maior, nessa base de comparação para meses de abril, desde o começo da série da pesquisa, iniciada em 2001.

A elevada inflação acumulada em 12 meses até abril, o aumento do desemprego e a queda da renda na comparação de abril passado com igual mês de 2015 e a restrição do crédito ajudam a explicar o quadro, segundo Isabella. A pesquisadora lembrou que o consumo das famílias encolheu 6,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, na comparação com igual período de 2015.

O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito subiu 0,3% em abril. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o índice de média móvel trimestral das vendas teve recuo de 0,4% em abril.

Revisões. O IBGE revisou o resultado das vendas no varejo em fevereiro ante janeiro, de +1,1% para +1,2%. O resultado de abril de 2015 ante março de 2015 também foi revisto, de -0,7% para -1,0%. Outros números referentes ao ano passado também foram revisados: maio ante abril de 2015 passou de -1,1% para -0,9%; junho ante maio de 2015 saiu de -0,5% para -0,6%; e julho ante junho de 2015 passou de -1,3% para -1,2%, agora.