A fusão de Kroton e Anhanguera, agora com o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vai impactar fortemente o mercado educacional brasileiro. De um lado, está um gigante cada vez mais onipresente, com tecnologia de ponta, escala e padronização. De outro, uma quantidade imensa de pequenas e médias instituições de ensino superior em busca de um modelo de negócios sustentável. Em um outro plano, há ainda um grupo de empresas educacionais consolidadoras, como a Estácio de Sá, que terão de se mexer para não se distanciar demais da nova líder de mercado - um sinal de que este ano e o próximo devem ser aquecidos no setor.
Do ponto de vista da qualidade do ensino, a decisão do Cade levantou uma questão interessante ao estabelecer o porcentual de 80% de mestres e doutores nos cursos à distância da nova instituição. Ocorre que qualidade de ensino se mede também por outros indicadores: novas metodologias e novas tecnologias são apenas algumas delas. Essas empresas já adotam muitas dessas novas ferramentas mas é importante lembrar que estamos longe, muito longe, de atender nossos alunos como deveríamos.
*É advogado e administrador, membro da diretoria do Conselho Regional de Administração de São Paulo e presidente da CM Consultoria, especializada em educação