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Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Surpresa dupla

O tombo da inflação maior do que o esperado e o corte mais intenso dos juros podem colocar o motor da economia para funcionar

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Esta quarta-feira trouxe duas surpresas de impacto entrelaçado: o tombo da inflação, maior do que o esperado; e a decisão do Banco Central de derrubar os juros em dose reforçada, maior do que aquela com que contavam os analistas do mercado.

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São fatos positivos que podem funcionar como o tranco a que se submete o motor da economia, afogado e sem bateria, para pegar de novo.

Como ficou reconhecido de forma inédita no comunicado divulgado logo após a reunião do Copom, a intenção não era tudo isso. Era reduzir os juros básicos (Selic) em apenas 0,50 ponto porcentual ao ano, para, ao mesmo tempo, passar o sinal de que cortaria 0,75 ponto somente na reunião agendada para 22 de fevereiro. Mas o Banco Central mudou de ideia, aparentemente depois que conferiu o "processo de desinflação mais disseminado" e depois de ter verificado o tamanho do tombo do PIB. A decisão foi de "antecipar o ciclo de distensão da política monetária, permitindo o estabelecimento do novo ritmo de flexibilização". Deixou de dançar bolero e mandou a orquestra atacar um frevo animado.

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Aí está a evolução da inflação nos últimos sete anos.Mais reajustes A inflação de novembro foi de 0,18%, a de dezembro, de 0,30% e, de acordo com o que espera o mercado, a de janeiro será quase o dobro disso, 0,58%. Mas essa esticada inevitável de janeiro não significa novo avanço da inflação nem coloca em risco a meta do ano. Deve ser vista como ajuste sazonal. É o mês de grande número de reajustes: mensalidades escolares, tarifas de condução, salários do setor de serviços, etc.

Opinião por Celso Ming

Comentarista de Economia

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