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Suzano mira aquisições no Brasil e exterior, mesmo com expansão

Por ALBERTO ALERIGI JR.
Atualização:

A Suzano, maior empresa em faturamento do segmento de papel e celulose do país, pretende dobrar de tamanho até 2015 por vias próprias, mas isso não impede a companhia de mirar aquisições no Brasil e no exterior, afirmou nesta quarta-feira seu presidente-executivo, Antonio Maciel Neto. "Estamos olhando oportunidades de aquisição de maneira geral, não tem uma área específica ainda", disse o executivo a jornalistas após a companhia anunciar alta no lucro do segundo trimestre e projeto de expansão que vai mais que triplicar a capacidade de produção de celulose de eucalipto da companhia até 2015, para 6 milhões de toneladas por ano. Para mais informações clique [ID:nN23390380]. "Vamos administrar nosso projeto de crescimento orgânico e com isso vamos olhar a nossa nova organização mais atentamente. Não está tendo tantos novos negócios agora, mas a qualquer momento vai aumentar a concentração no setor", disse Maciel Neto. Ele não comentou se a Suzano está considerando também uma eventual aquisição da Aracruz, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, que vem sendo vista pelo mercado como potencial alvo após fim de acordo de acionistas em maio que impedia mudanças no controle da empresa. O executivo negou ainda que a Suzano está avaliando a instalação de máquina de produção de papel nos Estados Unidos. O projeto de expansão orgânica prevê instalação de duas novas fábricas de celulose com capacidade para 1,3 milhão de toneladas por ano cada no Maranhão e no Piauí --além de uma terceira de mesma capacidade cujo local ainda não foi decidido. Segundo Maciel Neto, essa expansão usará recursos da própria geração de caixa da Suzano, atualmente na casa do 1 bilhão de dólares por ano, e que a empresa não precisará recorrer aos mercados de capitais para captar recursos. Mas para uma eventual grande aquisição, a companhia pode partir para outros mecanismos de busca de recursos. "Se houver oportunidade de aquisição no exterior ou no Brasil, e que for julgada interessante, podemos recorrer ao mercado de dívida e ao mercado de capitais", disse o executivo. O presidente da Suzano explicou que após a conclusão da expansão da capacidade, a companhia terá sua participação de celulose de mercado no mundo ampliada de 1,7 para cerca de 10 por cento em 2015. A projeção baseia-se em uma produção mundial saindo dos 52 milhões de toneladas para 60 milhões de toneladas anuais. A produtividade das novas unidades no Maranhão e Piauí será de cerca de 40 metros cúbicos de madeira por hectare plantado, pouco abaixo da unidade da empresa em Mucuri, na Bahia, que tem produtividade de cerca de 45 metros cúbicos. As árvores a serem plantadas no Piauí serão híbridos que a Suzano desenvolve na região há 25 anos. No Maranhão, a mineradora Vale participará como fornecedora de parte da madeira que a Suzano utilizará em sua fábrica e também no escoamento da celulose via ferrovias Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás. A Vale vai aprontar vagões dedicados para transporte da celulose e construir um ramal das ferrovias até a planta da Suzano. Maciel Neto não revelou quanto a Suzano pagará pela madeira do projeto de reflorestamento da Vale na região. A distância média das florestas até as fábricas novas não está definida ainda, mas a Suzano espera que fique abaixo dos 100 quilômetros. A distância é importante porque um dos principais custos do setor é o gasto no transporte da madeira, algo que é intensificado pela alta nos preços do petróleo. Maciel Neto informou que os projetos de crescimento orgânico são focados no atendimento da demanda de mercados emergentes, que cresce cerca de 1 milhão de toneladas por ano, e que não deve haver um excesso significativo na oferta diante de aumentos de capacidade de outros fabricantes, como a Aracruz. Ele citou que enquanto o consumo de papel nos EUA é de 300 quilos per capita por ano, na Índia o consumo é de sete quilos anuais. "À medida que esses países emergentes estão crescendo, estão colocando mais gente no mercado, o que aumenta o consumo de papel." As ações da empresa operavam em alta de 4,64 por cento nesta tarde. O Ibovespa tinha ganho de 0,34 por cento. (Edição de Vanessa Stelzer)

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