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Suzano vai investir até R$ 4,3 bilhões ainda em 2020 mesmo com a pandemia

Diante de perspectivas positivas para o setor, presidente da empresa se diz ‘cautelosamente otimista’ para 2021; se tudo correr bem, nova fábrica poderá ser inaugurada no ano que vem

Foto do author Matheus Piovesana
Por Wagner Gomes e Matheus Piovesana (Broadcast)
Atualização:

Mesmo com boas perspectivas para a produção e vendas de celulose, a Suzano se diz cautelosamente otimista. O presidente da companhia, Walter Schalka, diz que algumas incertezas em relação às novas ondas de covid-19 em outros países podem prejudicar os negócios no ano que vem.

Os investimentos para este ano, no entanto, estão mantidos. Ainda não há decisão sobre os valores em 2021. A expectativa para 2020 é que fiquem entre R$ 4,2 bilhões e R$ 4,3 bilhões. Se tudo correr bem, a companhia planeja uma expansão orgânica, com uma nova fábrica, mas ainda não há data para que isso ocorra, segundo Schalka. “Dada a nossa disciplina financeira, estamos sendo mais cautelosos na aprovação de novos investimentos”, disse ele, em teleconferência sobre os resultados da companhia. 

Schalka viu volta da demanda no mercado chinês no terceiro trimestre. Foto: Gabriela Biló/Estadão

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A companhia só deverá voltar a fazer investimentos de crescimento quando a alavancagem estiver abaixo de 2,5 vezes a relação dívida líquida e a geração de caixa. Apesar da redução na comparação com o trimestre anterior, o resultado ainda está bem longe disso (5,1 vezes).

Há expectativa em relação aos negócios com a China. No terceiro trimestre, a rápida retomada das atividades econômicas no país favoreceu, de acordo com a empresa, o gradual aquecimento da demanda por papéis de imprimir e escrever, especialidades e, especialmente, por papéis sanitários. E os preços aumentaram US$ 20 em outubro, para US$ 470 a tonelada. “Os novos contratos já foram fechados com esse valor”, disse Schalka.

De acordo com a Suzano, a demanda por papéis sanitários continuou demonstrando crescimento acima da média histórica em mercados como América do Norte e Europa. Papéis para embalagens continuaram tendo desempenho positivo, acompanhando os novos hábitos de consumo, como o e-commerce.

Impressões

Apesar de a Suzano ter tido prejuízo líquido de R$ 1,16 bilhão no terceiro trimestre, o resultado negativo foi 65% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. A geração de caixa ficou em R$ 3,8 bilhões, bem acima das expectativas de analistas.

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Para a Eleven Financial, o balanço da Suzano mostra duas realidades distintas da área operacional e da financeira. Nas operações, a melhora do resultado mesmo com volume estável mostra que a companhia está captando as sinergias de sua fusão com a Fibria. Nas finanças, novas perdas com derivativos mantêm a preocupação com a estrutura de capital.

Para o BTG Pactual, mesmo com um ciclo desfavorável no mercado de papel e celulose, a Suzano continua entregando resultados mais fortes do que o esperado, o que aumenta a confiança na melhoria da operação da empresa e torna “uma questão de tempo” a redução da dívida, hoje em R$ 16,4 bilhões.

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