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Suzano vê em mais de 50% chance de nova alta nos preços

Por ALBERTO ALERIGI JR.
Atualização:

O cenário de alta demanda e oferta restrita de celulose anima a Suzano Papel e Celulose a estimar em mais de 50 por cento a chance de a empresa reajustar novamente os preços de celulose ainda neste semestre, após elevação em março, afirmou nesta quarta-feira o presidente da companhia. "O mercado continua muito aquecido e o preço é dado pela demanda... se isso continuar nós vamos aumentar e a possibilidade é de mais de 50 por cento de sair ainda neste semestre", disse Antonio Maciel Neto em entrevista com jornalistas após a divulgação do resultado da empresa no primeiro trimestre. A Suzano anunciou nesta quarta-feira lucro líquido 21 por cento maior nos primeiros três meses na comparação com o mesmo período do ano passado, apoiada em aumento de vendas e de preços de celulose. A companhia elevou preços da celulose em março em 40 dólares a tonelada na Europa e 30 dólares a tonelada na América do Norte e Ásia. Sobre o possível novo reajuste Maciel evitou dar detalhes de prazos e valores. A Suzano continua avaliando planos para elevar sua capacidade de produção de celulose em 1,3 milhão de toneladas por meio de investimentos de cerca de 2 bilhões de dólares em uma nova unidade, disse Maciel. A previsão da companhia é encerrar 2008 com uma capacidade de produção de 1,7 milhão de toneladas. Segundo o executivo, a companhia restringiu de 24 para cinco o número de alternativas para a instalação da fábrica de celulose que estão em regiões diferentes do país. "Continuamos determinados na expansão em celulose, a grande questão agora é definir a parte de infra-estrutura, acesso a porto, rodovia, ferrovia", disse Maciel. Ele acrescentou que a companhia também presta atenção à produtividade florestal, o que implicaria na fábrica estar relativamente perto de floresta plantada, com acesso a porto para embarque da produção ao exterior. A Suzano atualmente tem áreas plantadas em São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Maranhão, mas Maciel não deu detalhes sobre o local mais provavel para a instalação da nova unidade. A decisão, segundo o executivo, pode ser tomada ainda este ano. Na semana passada, a Aracruz aprovou investimento de 2,57 bilhões de dólares para expansão de sua unidade de Guaíba, no Rio Grande do Sul. As obras devem começar no segundo semestre deste ano. De acordo com Maciel, o mercado está ampliando demanda por celulose em mais de 1,5 milhão de toneladas por ano e o crescimento está sendo puxado por China e países da Ásia. Com isso, a expectativa da empresa é que a área de celulose ultrapasse a de papel, representando mais de 50 por cento do faturamento ainda este ano. No primeiro trimestre, a proporção foi de 42 por cento, ante 27 por cento um ano antes. NÚMEROS A companhia teve lucro líquido de 128,63 milhões de reais, ante ganho de 106,14 milhões de reais um ano antes. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou 341,16 milhões de reais ante 274,63 milhões de reais um ano antes. A margem ficou em 35,2 por cento, contra 33,9 por cento no primeiro trimestre de 2007. A receita líquida da empresa cresceu para 969,68 milhões de reais, contra faturamento de 809,32 milhões de reais no mesmo período do ano passado. A Suzano vendeu 618,7 mil toneladas de papel e celulose, contra 439,6 mil toneladas no primeiro trimestre de 2007. (Edição de Vanessa Stelzer)

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