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TAM aceitará bilhetes nacionais e internacionais da BRA

Medida é resultado de pedido da Anac; BRA suspende operações, demite 1.100 e deixa 70 mil sem vôo

Por Solange Spigliatti
Atualização:

Os passageiros que possuem bilhetes da empresa aérea BRA Transportes Aéreos poderão trocá-los a partir desta quarta-feira, 7, por passagens da TAM Linhas Aéreas. Nota divulgada pela TAM nesta quarta esclarece que a medida é resultado de uma solicitação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para evitar que cerca de 70 mil passageiros percam seus vôos.   Veja também: Quebra da BRA fortalece domínio da TAM e da Gol Conheça os direitos do consumidor Investidores perdem R$ 180 milhões   Na última terça-feira, a BRA suspendeu suas operações parando de vender bilhetes, tirando o site do ar e dando aviso prévio para seus 1.100 funcionários.   Segundo a nota, "a TAM aceitará a partir de hoje, dia 7, os bilhetes já emitidos pela BRA para destinos domésticos e internacionais, de acordo com a disponibilidade de assentos nos vôos operados pela TAM".   Apesar de ter recebido um aporte de R$ 180 milhões de um grupo de investidores em dezembro do ano passado, a companhia acumula mais de US$ 100 milhões em dívidas com bancos e empresas de leasing, revelam fontes do mercado.   A empresa, que em seu auge chegou a transportar 180 mil passageiros por mês, tinha 70 mil passagens vendidas até março de 2008.   Crise   Em nota divulgada na terça, a BRA afirmou que a suspensão é 'temporária', mas não tem previsão de quando voltaria. Na nota, a empresa disse ainda estar 'em processo de negociação para a obtenção dos recursos financeiros necessários para a continuação das operações'. A empresa tem 180 dias para voltar a operar, sob pena de perder a concessão.   Segundo analistas, é praticamente impossível uma companhia aérea voltar a operar depois de uma parada. 'Não existe esse negócio de companhia aérea parar. Transbrasil e Vasp prometeram voltar, mas não saíram do chão', afirma o consultor Paulo Bittencourt Sampaio. 'É como um paciente que pára de respirar. Acabou.'   A companhia detinha 4,6% de participação no mercado doméstico em setembro. Fazia uma média de 35 vôos domésticos durante a semana e 50 vôos nos finais de semana. Os destinos internacionais (Lisboa, Madri e Roma) já haviam sido interrompidos na semana passada.   A crise financeira da BRA veio à tona com o fim do acordo de compartilhamento de assentos (code share) com a OceanAir. A parceria começou a valer no dia 18 de junho, mas foi desfeita três meses depois. Segundo pessoas próximas à aliança, o rompimento foi determinado por dívidas da BRA com a OceanAir e pelas diferenças de estratégias. Segundo fontes da OceanAir, a dívida da BRA apenas com a própria OceanAir é de R$ 400 mil.   A BRA chegou a ter 11 aeronaves, mas estava operando com apenas seis por falta de recursos para pagar aluguéis. Diante da redução da frota, a empresa solicitou uma redução de sua malha de vôos. Criada em 1999 pelos irmãos Humberto e Walter Folegatti, empresários do ramo de turismo, a empresa nasceu de uma parceria com uma empresa de turismo do grupo Varig. A parceria foi parar na Justiça sob acusação de favorecimento de alguns executivos ligados à Fundação Ruben Berta, ex-controladora da Varig.   Consumidor   O Procon-SP alertou aos passageiros com passagens já compradas que procurem os postos da Anac nos aeroportos, e, caso não consigam reembolso ou realocação, que procurem o Procon para registrar queixa. Em nota, a BRA disse aos passageiros para não se dirigirem aos aeroportos ou às lojas da empresa antes de entrar em contato pelo telefone (11) 3583-0122. A empresa também informou que informações podem ser obtidas por meio do site voebra.com.br. Informação: O consumidor que tiver passagens da BRA deve procurar os postos de atendimento da companhia, que têm o dever de reembolsar o valor da passagem ou realocar o passageiro em vôo de outra empresa aérea Recusa: No caso de as companhias aéreas se recusarem a realocar os passageiros, o consumidor deve procurar a Anac Reembolso: Caso não consiga lugar em outro vôo nem o reembolso da passagem por parte da BRA, o passageiro deve recorrer aos Juizados Especiais Cíveis, localizados nos aeroportos, ou procurar órgãos de defesa do consumidor como o Procon Pacotes: Caso tenha adquirido pacotes que incluam vôos fretados da BRA, o consumidor deve entrar em contato com a agência de viagens Diferença: O consumidor não tem a obrigação de arcar com eventuais diferenças de preço do bilhete, no caso de endosso por outra companhia Contato: A BRA recomenda aos passageiros com bilhetes comprados que, antes de se dirigirem aos balcões da companhia nos aeroportos, entrem em contato com a empresa pelo telefone (11) 3583-0122 ou busquem informações no site www.voebra.com.br var keywords = "";   Com Mariana Barbosa, Alberto Komatsu e Andrea Vialli, do Estado

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