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TAM corta linhas, demite e devolve aviões

A TAM anunciou hoje o remédio amargo com o qual irá enfrentar, em dose única, os problemas financeiros e de imagem que vem enfrentando atualmente

Por Agencia Estado
Atualização:

A TAM anunciou hoje o remédio amargo com o qual irá enfrentar, em dose única, os problemas financeiros e de imagem que vem enfrentando atualmente: 524 demissões, corte de 12% na oferta de assentos e de 22% da frota e abandono de nove destinos, além da devolução de 21 dos 50 aviões Fokker 100 da empresa. O prejuízo acumulado pela companhia, no primeiro semestre, atingiu R$ 223 milhões (13,2% mais do que a perda registrada no mesmo período de 2001), e desta vez até mesmo o resultado operacional - receitas e despesas ligados à atividade principal - ficou negativo, em R$ 6 4 milhões. Tantos números vermelhos acenderam a luz amarela para o presidente da companhia, Daniel Mandelli, especialista das finanças que assumiu o posto antes ocupado pelo aviador Rolim Amaro. "Planejamos o crescimento da TAM diante das previsões otimistas do início de 2001 e agora temos de ajustar a empresa à realidade do mercado", afirma. Na prática, a TAM dará uma guinada na trajetória seguida até hoje. Rotas de menor demanda, que só se justificavam com aviões de menor porte, como os Fokker 100, serão abandonadas, e os 12 modelos da Airbus que a companhia receberá até o primeiro trimestre de 2002 irão reforçar os vôos mais movimentados. Com isso, deixarão de ser atendidos nove destinos, entres eles Sorocaba (SP), Corumbá (MT), Navegantes (SC) e Caxias (RS). Recuperação - Como as medidas só entram em vigor no dia 23, o balanço do terceiro trimestre também será ruim. E Mandelli prefere não arriscar uma recuperação já no quarto trimestre. "Tudo irá depender da evolução da economia do País até o fim do ano", diz. Mandelli garante, ainda, que a devolução precoce dos Fokker 100 não se deve ao problema de imagem agravado pelos últimos acidentes envolvendo o modelo, mas ao fato de serem eles os mais antigos da frota da empresa. O cronograma de eliminação dos aviões consistia em quatro entregas por semestre, ao fim dos contratos de leasing, até 2007. Segundo o vice-presidente financeiro da TAM, Marcos Bologna, os problemas foram causados pela alta do dólar, do preço do combustível de aviação e pela guerra de tarifas no primeiro semestre do ano. Apesar do balanço ruim, a TAM transportou um volume 26 2% maior de passageiros no semestre do ano (7,33 milhões), em comparação com o mesmo período de 2001, enquanto o volume de negócios cresceu cerca de 21,5%, para aproximadamente US$ 490 milhões. A participação da companhia no mercado interno passou de 28,9% em junho de 2001 para 36,6% em junho deste ano.

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