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TAM elevará preço de passagem

Depois de uma queda de 95% nos lucros, empresa vai reajustar tarifas em 5% a 7%

Por Mariana Barbosa e Wellington Bahnemann
Atualização:

A TAM anunciou ontem que os preços das passagens deverão subir este ano, para compensar a alta do petróleo e o impacto da valorização do real na operação da empresa. A combinação de forte concorrência no mercado doméstico, com o real forte e a alta recorde do petróleo fez o lucro líquido da TAM despencar 95,53% no primeiro trimestre. A empresa registrou lucro de apenas R$ 2,6 milhões, pelos padrões de contabilidade brasileiros, em comparação a R$ 59,4 milhões em igual período do ano passado. Pela contabilidade americana, o lucro da TAM foi de R$ 46,7 milhões. A receita bruta da TAM cresceu 22,6%, para R$ 2,3 bilhões. Segundo o diretor financeiro da TAM, Líbano Miranda Barroso, a empresa deverá reajustar o chamado yield (valor pago por passageiro por quilômetro voado) em 5% no mercado internacional e em 7% no mercado doméstico. "O reflexo nos preços das tarifas deve ser diluído ao longo do ano", afirmou Barroso, destacando que, mesmo com os aumentos, os preços das passagens devem ficar abaixo dos patamares de 2006. "Em 2007, os preços das passagens ficaram 19% abaixo dos preços de 2006. Se levarmos em conta a inflação média de 4%, significa que, em termos reais, os preços ficaram 23% abaixo dos valores cobrados em 2006." De acordo com o executivo, os reajustes já estão ocorrendo, mas os maiores repasses devem vir a partir do segundo semestre de 2008, quando a demanda no mercado interno está mais aquecida. Na comparação ano a ano,as tarifas (yield) já subiram 5% no primeiro trimestre. CONCORRÊNCIA Para o executivo, a recuperação dos yields não deve prejudicar o movimento da empresa. "Mesmo recuperando os yields em 7% no mercado doméstico, ainda levando em consideração a inflação, os preços estarão alinhados com a nossa estratégia, que é a de estimular a demanda com preços adequados." "Além do impacto do dolár e do petróleo, esse resultado da TAM mostra que a concorrência no mercado doméstico anda bastante acirrada e isso vem pressionando os preços das tarifas", afirmou o consultor de aviação e sócio da Bain&Co, André Castellini, que tem a TAM entre seus clientes. No mercado internacional, explica Castellini, os resultados foram muito afetados pela valorização do real, dado que as tarifas das passagens internacionais são cotadas em dólar. "O real jogou contra nas operações internacionais", diz ele. Na comparação ano sobre ano, as tarifas internacionais em dólar caíram 12%. Apesar de o real forte ter tido impacto negativo nas receitas internacionais da TAM, a moeda valorizada ajudou a diminuir o impacto da alta do petróleo. O combustível de aviação aumentou 61% em dólar, mas em real o impacto foi de 19,1%. Excluindo o petróleo, a TAM conseguiu obter uma redução de custos de 5,2% no trimestre, na comparação com o ano anterior. "A queda de custo não foi suficiente para compensar os aumentos do petróleo", diz Castellini. Mesmo pequeno, o resultado da TAM ficou bem acima do da Gol, que anunciou um prejuízo de R$ 74,1 milhões no primeiro trimestre, contra um lucro de R$ 91,58 milhões no mesmo período do ano passado. No caso da Gol, o fraco desempenho se explica pela incorporação da Varig, comprada no ano passado. Pelo padrão de contabilidade americano, a TAM registrou lucro de R$ 46,7 milhões no primeiro trimestre, contra um prejuízo de R$ 3,5 milhões do grupo Gol. O mercado financeiro reagiu bem aos esforços de redução de custos da TAM. Ontem, as ações da TAM subiram 0,65%.

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