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TAM fecha compra de Airbus para vôos intercontinentais

Por Agencia Estado
Atualização:

Enquanto a Varig luta para manter os aviões voando em suas rotas internacionais, a TAM formalizou nesta quarta a compra de dez novas aeronaves de grande porte da Airbus para vôos transcontinentais. Trata-se do modelo A350, do qual a TAM se torna lançadora na América Latina. É uma aeronave que incorpora inovações tecnológicas desenvolvidas para o novo A380 - o avião gigante de dois andares - e tem capacidade para 300 passageiros divididos em três classes. Os primeiros aviões da encomenda devem chegar ao Brasil em 2012. Além da compra das dez aeronaves, a TAM firmou opções de compra para outras cinco. O valor da operação não foi divulgado, mas a estimativa do mercado é que fique em cerca de US$ 1,6 bilhão. Com a nova encomenda à Airbus, a TAM reforça sua estratégia na área de vôos intercontinentais. Depois de manter por dois anos apenas as rotas de Miami e Paris, além de Buenos Aires, a empresa inaugurou há um mês outra para Nova York. Também pleiteia vôos para Londres. No ano que vem, a empresa deve ampliar as quatro freqüências semanais para Nova York para um vôo diário. É a retomada de um processo iniciado em 1998 e que enfrentou sérios solavancos. Entre 2001 e 2002, a TAM chegou a voar para Frankfurt e Zurique, além de Montevidéu. No entanto, esses vôos foram cancelados, com prejuízos de mais de R$ 50 milhões nas rotas internacionais da empresa. A expansão da TAM ocorreu exatamente no momento em que a aviação civil enfrentava um verdadeiro cataclismo, depois dos ataques terroristas em Nova York e Washington em 2001. Também coincidiu com a redução das viagens dos brasileiros em virtude da alta do dólar em relação ao real. O processo só foi retomado no ano passado, quando um novo vôo para Santiago foi adicionado às três rotas internacionais. Em breve, a empresa planeja voar também entre Manaus e Caracas. "As novas encomendas mostram o quanto a TAM está comprometida com os vôos de longo curso", diz André Castellini, especialista em aviação comercial da consultoria americana Bain&Company. Os novos aviões, porém, podem significar tanto uma renovação de frota quanto uma real expansão. "A TAM costuma aplicar uma estratégia inteligente no que diz respeito à sua frota", diz Carlos Albano, analista de aviação do Unibanco. "Os aviões novos costumam chegar exatamente no prazo em que vencem os leasings dos aviões em operação, o que lhe dá duas opções: simplesmente trocar as aeronaves, caso o mercado não tenha crescido, ou renovar o contrato das mais antigas e ampliar a frota." O A350 foi idealizado para concorrer diretamente com o Boeing 787, o avião mais moderno da empresa americana, que entra em operação em 2008. É a aposta da Airbus para rotas com longa distância mas sem um volume de passageiros que justifique o uso de grandes aviões como o Boeing 747 ou mesmo o novo A380, jato para mais de 500 passageiros. Na disputa específica por esse mercado, a Boeing está na frente. Já foram encomendadas 175 unidades do 787, ante 140 do A350. São números que melhoraram substancialmente os resultados da empresa americana, que encostou na rival européia e promete superá-la em termos de encomenda em 2005.

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