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TAM investirá US$ 4,2 bi até 2020

Crescimento maior do que o esperado nas linhas internacionais faz empresa aumentar seu plano de frota

Por Beth Moreira
Atualização:

O presidente da TAM, David Barioni Neto, anunciou ontem que a companhia aérea pretende investir US$ 4,2 bilhões até 2020. Desse total, 90% será destinado ao aumento e à substituição de aviões em sua frota. O executivo lembra que a empresa possui uma encomenda firme de 22 aviões da Airbus, além de 10 opções de compra. A empresa possui ainda um pedido de quatro Boeings 777 - para vôos de longo curso, com previsão de entrega a partir de 2012 -, e acaba de firmar contratos de leasing para mais dois Boeings 767-300, também para rotas internacionais de longo curso. Com os dois novos 767-300, o plano de frota da companhia para 2008 passa de 123 para 125 aviões. De acordo com a empresa, o objetivo é ter capacidade para expandir seus vôos internacionais, já que o crescimento no exterior superou suas estimativas. A TAM possui hoje 70,89% do mercado internacional entre as companhias brasileiras e, a partir setembro, com o fim do último vôo da Varig para Paris, reinará sozinha nas rotas de longo curso. Com a demanda em alta, sobretudo por causa do real forte, a empresa está expandindo sua malha e pretende lançar três novos vôos ainda este ano. Em setembro, será inaugurado o vôo Belo Horizonte-Miami, com escala no Rio. A empresa aguarda autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para começar a vender bilhetes para os vôos diários Rio-Nova York e São Paulo-Orlando. O "vôo da Disney" foi um dos grandes sucessos da Transbrasil e foi interrompido com o fim da operações da companhia, em 2001. A TAM também está expandindo a malha na América Latina, onde o grupo Gol/Varig é forte. Além do vôo Brasília-Buenos Aires, já em operação, a TAM pretende lançar ainda este ano um vôo diário entre São Paulo e Lima (Peru). A empresa trabalha com uma previsão de crescimento de 9% a 10% ao ano para o mercado internacional nos próximos cinco anos. "E a TAM deverá crescer acima disso", afirma o vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores da TAM, Líbano Miranda Barroso. Para o mercado doméstico, a previsão é de um crescimento de 9% nos próximos 20 anos. Segundo Barroso, a demanda doméstica apresenta crescimento acumulado de 20% no mês de agosto até ontem, o que eleva a expansão no acumulado do ano para 11%. De janeiro a julho, o tráfego havia aumentado 10%. Dado o desempenho até o momento, o executivo estima que a demanda doméstica deve fechar o ano com expansão de 12%, o que representaria o teto da previsão inicial da TAM para 2008, que ia de 8% a 12%. TARIFAS No acumulado do ano até agosto, a empresa já reajustou em aproximadamente 10% as passagens nacionais e em 5% as internacionais, em dólar. "A pressão de custos nos leva para essa direção, mas temos de avaliar como está a concorrência e também a demanda", explica. Barroso lembra que os preços praticados atualmente ainda estão abaixo das tarifas de 2006, em termos nominais. Ele enxerga espaço para elevar tarifas tanto no mercado doméstico quanto no internacional. Segundo o executivo, o preço do petróleo continua sendo a maior dúvida para a empresa daqui para a frente. Barroso explica que a TAM está preparada para enfrentar uma cotação de até US$ 120 por barril, mas que, com o preço acima disso, a estrutura de custos da empresa fica comprometida. "Iniciamos o ano com uma projeção de preço para o petróleo de US$ 85. Por isso, não sabemos até onde isso pode chegar", disse o executivo.

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