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TAM troca a Embraer pela Airbus na compra de mais 37 aviões

Ao invés de jatos de 100 lugares equivalentes ao Fokker, como o Embraer 190, a TAM optou por aeronaves maiores da Airbus

Por Agencia Estado
Atualização:

A TAM anunciou nesta quarta-feira um agressivo plano de ampliação de frota que encerra de vez a perspectiva de compra de jatos da Embraer. A empresa assinou um memorando de entendimentos com a Airbus para a aquisição de mais 37 aeronaves. Parte do novo pedido servirá para substituir os 22 Fokker100 que a TAM ainda mantém em operação. Ao invés de jatos de 100 lugares equivalentes ao Fokker, como o Embraer 190, a TAM optou por aeronaves maiores da própria Airbus, modelos A 319 e A 320, de 144 e 174 lugares respectivamente. A empresa também revisou para cima seu plano de frota para este ano, passando de 90 para 96 jatos. A TAM tem sido uma das maiores beneficiadas pela crise da Varig. A empresa, que tinha 45,6% de participação em maio, deve chegar a quase 48% neste mês, quando a situação da Varig se deteriorou de forma mais acentuada. Diante da crise da Varig, assim como a TAM, a Gol também está ampliando agressivamente sua frota. Ontem, a empresa aumentou de 60 para 62 aeronaves seu plano de frota até o fim do ano. Foi a segunda revisão para cima em 40 dias. Os 37 novos aviões da TAM, pedido que ainda precisa ser formalizado em contrato, estão previstos para ser entregues até 2010 - ano em que a TAM pretende contabilizar uma frota de 127 aviões. O novo pedido está dividido em 15 modelos A319, 16 A320 e 6 A330, este último usado em rotas internacionais de longo curso. No ano passado, a empresa já havia firmado com a fabricante européia um contrato firme de compra de 29 jatos A320, além de 20 opções de compra do mesmo modelo. Embraer A TAM passou quase um ano para decidir se substituía os Fokker 100 pelo A318 ou pelo Embraer 190 - usados em rotas de menor densidade - ou se abandonava de vez esse tipo de operação. "O aumento da densidade de tráfego justifica operarmos com aviões maiores, o que resultará em menor custo por assento quilômetro", afirmou o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna. "A decisão está alinhada com nossa proposta de ser uma companhia de baixos custos operacionais, com serviço diferenciado e preços competitivos." Hoje no final do dia, a previsão dos analistas era de que na quinta-feira as ações da Embraer deveriam sofrer o impacto negativo da decisão da TAM. Pelos cálculos do analistas da corretora Ágora Sênior Alexandre Garcia, se fosse concretizado, o contrato poderia render US$ 700 milhões à Embraer. Para atrair a TAM para o negócio, o BNDES chegou a montar uma linha específica de financiamento. O governo estadual de São Paulo também isentou de ICMS a compra de jatos do porte do EMB 190 e 195, de forma a tornar o equipamento nacional mais competitivo. A EADS, que é dona da Airbus, em conjunto as empresas francesas Dassault Aviation, Thales e Snecma obtiveram em 1999 uma participação de 20% no capital ordinário da Embraer.

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