
28 de novembro de 2013 | 02h10
De qualquer forma, a equipe econômica do governo que cuida da gestão da dívida considera que o valor atual se aproxima do que foi planejado no início do ano, e, segundo o Plano Anual de Financiamento da Dívida Pública (PAF-DP), ela deve encerrar o ano na casa dos R$ 2,1 trilhões a R$ 2,24 trilhões.
A maior parcela da dívida pública em títulos está nas mãos dos bancos, inclusive, é claro, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica - o governo devendo para ele mesmo. Essa parcela cresceu, no mês, de R$ 521 bilhões para R$ 550 bilhões. O grupo de credores que está em segundo lugar é o dos fundos de investimento, cuja participação na realidade diminuiu no mês, passando de R$ 431 bilhões para R$ 423 bilhões. Em terceiro lugar vêm os investidores estrangeiros, com R$ 397 bilhões.
Embora a dívida pública brasileira tenha mais do que dobrado de tamanho entre 2004 e 2011, período que coincide com os mandatos de Lula e Dilma, ela ainda é relativamente pequena em comparação com o PIB brasileiro. Em outros países, inclusive países desenvolvidos, essa relação é bem menos favorável do que no Brasil, onde ela se mantém em torno de 45%-50% do PIB. E, se ela dobrou de tamanho no período acima mencionado, o PIB também cresceu e mais do que dobrou.
O problema da dívida pública brasileira, portanto, não é o seu tamanho, mas o pagamento dos juros que devem ser cobertos pelo superávit primário (diferença entre receitas e despesas nas contas fiscais). Isso obriga a um grande esforço contínuo de contração de despesas que o governo nem sempre consegue levar a bom termo. A alternativa, que é o aumento das receitas públicas, seria o caminho, não fosse a já elevada carga tributária, que em parte trava o desenvolvimento do Brasil.
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