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Também na construção a crise é menos intensa

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Por Redação
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Na indústria em geral predomina a confiança na desaceleração do ritmo de queda da atividade, percepção que agora se estende à construção civil, um dos setores da economia mais atingidos pela crise. É o que se constata na Sondagem Indústria da Construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que aponta para números mais positivos após o auge da crise verificado entre fins de 2015 e o início de 2016. Entre junho e julho, o índice de evolução do nível de atividade da construção aumentou de 41,2 pontos para 42,3 pontos. É ainda inferior à linha de 50 pontos que separa os campos positivo e negativo, mas em dezembro de 2015 era de 33,3 pontos – ou seja, subiu 27% em relação ao ponto mínimo. As expectativas são melhores que a situação presente: o nível de atividade efetivo em relação ao usual registra apenas 28,8 pontos, pequena alta sobre os 27,2 pontos de junho e o mínimo de 25,3 pontos observado em fevereiro. É mais lenta a recuperação da atividade nas grandes empresas, muitas das quais envolvidas na Operação Lava Jato e algumas em recuperação judicial. Em situação menos complicada estão as pequenas construtoras, mais atuantes na área de habitação popular. No geral, a ocupação da capacidade cresceu apenas 1 ponto porcentual entre junho e julho, de 56% para 57% – 8 pontos abaixo do usual. O nível de emprego registrou leve melhora, em especial em obras de infraestrutura. A retomada da construção é crucial para a formação bruta de capital no País, que caiu muito nos últimos anos. Mas é no investimento que a volta da confiança vem mais devagar (o índice está em 26,8 pontos). As melhores expectativas são as relativas a novos empreendimentos e serviços, compra de insumos e matérias-primas, número de empregados e nível de atividade – este chegou a 46,1 pontos e está no nível mais próximo do campo positivo. Também quanto ao futuro cabe destacar as expectativas das pequenas companhias, que saíram de 47,6 pontos em julho para 48,1 pontos neste mês, lideradas, no caso, pela construção de edifícios, cujo extremo de baixa foi registrado no último trimestre de 2015. Há, portanto, pequenos sinais de que compradores finais de imóveis começam a consultar as construtoras quanto a novos lançamentos. Com preços de imóveis contidos, a queda da inflação fortalece o poder de compra dos assalariados, abrindo algum espaço para a reativação.

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