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TAP e Air Canadá poderão fazer proposta pela Varig

O TGV foi o único a formalizar uma proposta no leilão que aconteceu na quinta-feira

Por Agencia Estado
Atualização:

Fontes que acompanham a negociação da Varig relataram que o presidente da estatal portuguesa de aviação TAP, Fernando Pinto, esteve reunido nesta segunda-feira de manhã na sede do Tribunal de Justiça do Rio com o reestruturador da Varig, Marcelo Gomes, da consultoria Alvarez & Marsal. De acordo com essa fonte, Fernando Pinto estaria interessado em fazer uma outra proposta pela companhia, e estaria formando um grupo integrado, além da TAP, pela Air Canadá, e pelo fundo de investimento canadense Brookfield, que chegou a se credenciar no leilão da Varig, realizado na quinta-feira. Fernando Pinto confirmou à Agência Estado que reuniu-se hoje pela manhã com o reestruturador da Varig. O encontro foi realizado na sede do Tribunal de Justiça do Rio e, segundo ele, teve como objetivo conhecer e entender a atual situação da Varig. No início da tarde, fontes do setor relataram que Pinto estaria interessado em formar um consórcio para apresentar uma proposta pela Varig. Questionado se a TAP poderia fazer uma nova proposta pela Varig, caso a Justiça do Rio não homologue o plano dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), o presidente da TAP disse que "daí nós vamos reestudar". Air Canadá Já a Air Canadá é uma empresa aérea de grande porte no mundo e que já participou da recuperação da US Airways que enfrentou crise financeira nos últimos anos. A análise foi feita pelo consultor de aviação Paulo Roberto Bittencourt Sampaio. Ele disse que "fazer isso com a Varig seria repetição do que ela já fez com sucesso nos Estados Unidos". Sampaio explicou que a Air Canadá injetou dinheiro na US Airways e que agora está vendendo ações da empresa. Segundo ele, esses recursos que a companhia canadense está colocando no caixa poderiam até ser utilizados em uma eventual operação na Varig. Sampaio disse ainda que a Air Canadá é uma das três companhias da Star Alliance na América do Norte junto à própria US Airways e a United Airlines. Prazo encerrado Venceu hoje, às 14h, o prazo para a entrega da documentação solicitada ao TGV pelo juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, que cuida do processo de recuperação judicial da Varig. O juiz queria saber qual a origem dos recursos oferecidos pelos trabalhadores da companhia. O TGV foi o único a formalizar uma proposta no leilão que aconteceu na quinta-feira no valor de US$ 449 milhões (R$ 1,010 bilhão), que é quase metade dos US$ 860 milhões avaliados pelos organizadores para a venda da Varig, como preço mínimo para a operação, incluindo operações internacionais e domésticas. Na primeira etapa do leilão, quando o valor mínimo deveria ser obedecido, nenhuma proposta foi apresentada. Na segunda etapa, sem preço mínimo, o TGV fez sua proposta. Cancelamento de vôos Enquanto a situação da empresa segue indefinida, foram cancelados hoje nove vôos, segundo apurou a reportagem da Rádio Eldorado. Foram suspensas quatro pontes aéreas que partiriam do aeroporto de Congonhas. Do aeroporto de Guarulhos, em Cumbica, foram suspensos cinco vôos: Manaus (previsto para 11h), Recife (13h30), Salvador (12h10), e os internacionais para Buenos Aires (15h) e Los Angeles (23h50). Todos os outros vôos da companhia partiram com pelo menos 30 minutos de atraso. A empresa não explica o motivo do cancelamentos dos vôos, mas existe a suspeita de que seja falta de combustível. Já a Infraero esclareceu que todas os passageiros dos vôos cancelados foram recolocados em vôos de outras companhias. O cancelamento dos vôos da companhia aérea começou no final de semana. A Varig suspendeu quatro vôos internacionais: São Paulo-Miami; São Paulo-Nova York; São Paulo-Cidade do México e São Paulo-Santiago. Os quatro vôos internacionais cancelados no final de semana eram de aeronaves Boeing. Na última sexta-feira a Justiça de Nova York determinou que sete aviões da Boeing usados pela Varig, em sistema de leasing, poderiam ser retomados pela Boeing. Segundo a Anac, a Varig não vem informando os motivos dos cancelamentos. Em entrevista neste final de semana ao Estado, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, disse que "não pode desacreditar" da proposta feita pela TGV e comentou que é preciso aguardar a decisão da Justiça. Informou, ainda, que já está negociado com a Boeing que a eventual devolução dos jatos alugados pela empresa seria apenas a partir de terça-feira. A decisão, contudo, poderá ficar para terça-feira, mesmo dia da audiência na Corte de Nova York que analisará pedidos de arresto de aviões da empresa brasileira. O fato é que a Boeing obteve na Justiça americana o direito de retomar sete aviões da Varig.

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