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Tasso pede vôos internacionais saindo do Nordeste

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), defendeu neste sábado a adoção de medidas, pelo governo federal, para estimular as companhias aéreas a oferecerem vôos internacionais a partir do Nordeste, de modo a combater a centralização das opções no eixo Rio-São Paulo. ?Não é possível esperar que os mercados resolvam tudo e os governos assistam a tudo isso de braços cruzados?, disse ele, durante assinatura de termo de compromisso entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo brasileiro para a liberação de empréstimo de US$ 240 milhões para investimentos em turismo no Nordeste. Tasso sugeriu a concessão de benefícios, como a isenção ou diminuição de impostos, e a concessão de mais rotas para empresas que mantenham vôos internacionais tendo como ponto de partida cidades do Nordeste. ?A cada dia a realidade nos mostra que o turismo é a grande vocação econômica da região?, afirmou o governador, que chegou a propor a ?intervenção? do governo nas empresas. Depois, ele esclareceu que não se tratava de intervenção administrativa, mas apenas a criação de estímulos. A liberação do financiamento do BID depende ainda do aval do Senado, que deverá analisar o assunto nos próximos dias. Em encontro com a presença de quatro governadores nordestinos, o presidente do BID, Enrique Iglesias, e o presidente do Banco do Nordeste, Byron Queiroz, assinaram o termo de compromisso. O dinheiro será aplicado na segunda etapa do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste do Brasil, o Prodetur 2, que beneficiará ainda Minas e Espírito Santo. Na primeira fase, nos últimos sete anos, o chamado Prodetur 1 garantiu investimentos de USS 670 milhões em infra-estrutura ? desde saneamento básico em áreas turísticas até a construção ou ampliação de aeroportos, estradas e a preservação de patrimônio histórico. Na primeira etapa, o BID emprestou US$ 400 milhões. Agora, serão mais US$ 480 milhões. O termo de compromisso assinado neste sábado trata da liberação de metade desse valor ? US$ 240 milhões. O governo federal e os Estados deverão arcar com a contrapartida de US$ 320 milhões, totalizando assim a aplicação de US$ 800 milhões nos próximos anos. ?O Prodetur é um divisor de águas na história do turismo brasileiro?, diz o recém-nomeado ministro do Esporte e Turismo, Caio Luiz de Carvalho, que é também presidente da Embratur. ?Não adianta termos recursos naturais se não houver planejamento. O turista não vem onde há esgoto a céu aberto?. O ministro espera que os recursos da segunda fase do Prodetur já comecem a se liberados este ano para Estados como Ceará, Bahia e Pernambuco, que estão com projetos adiantados. Além das melhorias propriamente ditas, o programa atrai recursos privados. ?Em 1995, a rede hoteleira de Fortaleza tinha 12 mil leitos e hoje já tem 26 mil?, destacou. Na primeira fase, obras de saneamento beneficiaram cerca de 1 milhão de habitantes, oito aeroportos foram construídos ou ampliados e 1.020 quilômetros de estradas foram asfaltados, além de ter sido providenciada a recuperação de 732 mil metros quadrados de patrimônio histórico.

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