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Tata estuda fábrica de carros no Brasil

Emergentes. A fabricante do Nano, o carro mais barato do mundo, pretende focar sua expansão no mercado internacional nos países emergentes; segundo executivo, grupo avalia nesse momento se constrói uma unidade no Brasil ou no México

Por Jamil Chade CORRESPONDENTE e GENEBRA
Atualização:

A gigante Tata Motors, da Índia, estuda a implantação de uma fábrica de automóveis no Brasil. Ravi Kant, o número 2 da empresa, confirmou ontem que a Tata iniciará uma segunda onda de globalização da sua produção. Segundo Kant, falta decidir se a nova fábrica será instalada no Brasil ou no México. "Enviamos nossos especialistas para a região e eles estão percorrendo tanto o Brasil como o México para chegar a uma conclusão sobre onde seria mais adequado o estabelecimento da fábrica", afirmou Kant. Segundo ele, além da primeira planta na América Latina, outras duas serão instaladas em outras regiões do mundo. O executivo não quis revelar de quanto seria o investimento, nem quais veículos seriam produzidos numa eventual planta brasileira. "Mas o que eu posso dizer é que essa nova fábrica será usada como plataforma para as exportações de nossos carros para toda a América Latina", disse. "Queremos ter um local de produção, mas também fortalecer a distribuição dos veículos na região e sua comercialização", acrescentou. A Tata já abriu fábricas na Tailândia e na África do Sul. E também controla, no Reino Unido, plantas de produção da Land Rover e Jaguar, empresas adquiridas pela indiana. Agora, se lança em uma nova onda de internacionalização. Para isso, não hesitou em contratar o alemão Carl-Peter Forster como CEO. Forster comandou tanto a BMW como a GM europeia no passado. Emergentes. A ideia da Tata, segundo Kant, é de aumentar a presença da empresa no mundo, especialmente nos países emergentes. "O crescimento da economia mundial nos próximos anos virá das economias emergentes", disse o executivo. Ele defende que a expansão da Tata será benéfica para esses países. "Economias em desenvolvimento precisam de indústrias para superar muitos de seus problemas", afirma. "Na Índia, a produção de cada carro emprega entre cinco e dez pessoas."A Ásia tem sido o principal mercado da empresa, que transformou o cenário na região ao lançar o Nano, considerado o carro mais barato do mundo. Na Europa, a Tata pretende introduzir uma versão elétrica do veículo até 2013. Mas, agora, a meta é ocupar regiões que crescem, ainda sem a presença indiana. Ontem, a Tata anunciou seus números e indicou uma alta de 29% nas vendas em agosto, impulsionada pelas marcas de luxo Jaguar e Land Rover. A maior fabricante de veículos da Índia teve alta de 42% nas vendas globais entre abril e agosto.PARA ENTENDER No País, Nano não seria tão baratoO Nano, carro de baixo custo lançado pela Tata em 2008, dificilmente chegaria ao Brasil no preço indiano. O veículo, vendido por US$ 2,5 mil, não se enquadra nas regras de segurança e emissões do País. O carro indiano, segundo especialistas, é desprovido de tecnologias de segurança e de conforto, o que toma tempo e dinheiro na produção. O Nano foi projetado para atender características específicas do mercado indiano. Além disso, a carga tributária que incide sobre os automóveis no Brasil também contribuiria para deixar o preço bem mais alto.

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