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Taxa de desemprego no País cai a menor nível desde 2002

Índice ficou em 6,8% em dezembro; segundo gerente do IBGE, efeitos da crise aparecerão nos dados em janeiro

Por Agência Estado e Reuters
Atualização:

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País caiu de maneira acentuada em dezembro do ano passado, marcando novo patamar recorde de baixa, mostraram dados divulgados nesta quinta-feira, 22. Veja também:País registra perda recorde de 654 mil empregos em dezembro Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação das principais regiões metropolitanas do País caiu para 6,8% em dezembro, o menor patamar da série histórica iniciada em março de 2002. Tradicionalmente, a taxa do mês de dezembro é a menor do ano. Em novembro, a taxa havia sido de 7,6%. A queda foi mais acentuada do que o estimado por analistas consultados pela Reuters, que esperavam uma taxa de desocupação de 7,2% em dezembro, de acordo com a mediana de 19 estimativas. Crise Como já havia adiantado, o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, observou que os dados de dezembro do mercado de trabalho metropolitano ainda não mostraram sinais de efeitos negativos da crise no mercado de trabalho. Segundo ele, assim como ocorre tradicionalmente nos meses de dezembro, a taxa de desemprego caiu com a contratação de trabalhadores temporários no comércio. Além disso, houve continuidade na trajetória de aumento do emprego formal e do rendimento. De acordo com Azeredo, os resultados de janeiro serão importantes para checar o impacto da crise no emprego das regiões metropolitanas, porque será possível saber se serão efetivados os trabalhadores contratados temporariamente. Segundo ele, tradicionalmente a taxa de desemprego aumenta no primeiro mês do ano em relação à dezembro, mas a magnitude dessa elevação depende do desempenho da economia. Ocupados O número de pessoas ocupadas somou 22,11 milhões em dezembro, com alta de 0,2% ante novembro, e de 3,4% na comparação com dezembro de 2007. Por outro lado, o número de desocupados caiu para 1,6 milhão, com recuo de 11% ante novembro e queda de 6,3% na comparação com dezembro do ano anterior. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE mostrou também que, apesar da crise, o emprego com carteira assinada prosseguiu em expansão em dezembro, registrando alta de 0,8% ante novembro e de 7,2% ante dezembro de 2007.  Além disso, a pesquisa aponta que o rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 1.284,90 em dezembro, com alta de 0,5% ante novembro e de 3,6% na comparação com dezembro de 2007. IBGE X Caged O cenário revelado pelos dados do IBGE é bem melhor do que os números apresentados no início da semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que mostrou na segunda-feira o fechamento de 654.946 postos de trabalho com carteira assinada no último mês do ano passado. É preciso lembrar, porém, que as metodologias de cálculo dos dois índices são diferentes. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho mede apenas os trabalhadores com carteira assinada, ao receber as informações das empresas sobre trabalhadores demitidos e contratados. Enquanto isso, o IBGE apura emprego formal e informal e pesquisa também as pessoas que, embora desempregadas, não estão procurado trabalho. Outra diferença é que o Caged mede os dados do País todo, enquanto o IBGE concentra-se nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Em 2008, como um todo, a taxa média de desemprego ficou em 7,9%, ante 9,3% em 2007.

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