RIO - A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,8% no trimestre encerrado em agosto, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou no teto das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast , que estimavam uma taxa entre 11,5% e 11,8%, com mediana de 11,7%.
Em igual período de 2018, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,1%. No trimestre até julho deste ano, a taxa foi exatamente a mesma, de 11,8%.
Com esse resultado, o indicador interrompeu uma trajetória de queda registrada desde o trimestre encerrado em abril.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.298 no trimestre encerrado em agosto. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 209,893 bilhões, alta de 1,8% ante igual período do ano anterior.
Desalentados e subocupados
O Brasil tinha uma população de 4,712 milhões de pessoas em situação de desalento em agosto, 193 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em maio. Em um ano, mil pessoas a mais caíram no desalento.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 7,7% ante 7,8% no trimestre até maio. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Em todo o Brasil, há um recorde de 7,233 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.
Do trimestre até maio para o período até agosto, houve um aumento de 7 mil pessoas na população nessa condição. Em um ano, o País ganhou mais 568 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas.
Informalidade recorde
O Brasil alcançou uma taxa de informalidade de 41,4% no mercado de trabalho, patamar recorde da série, iniciada em 2016. São 38,763 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, segundo a Pnad Contínua. Nessa conta entram os empregados do setor privado e os trabalhadores domésticos que atuam sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria, empregadores sem CNPJ e aqueles que trabalham ajudando parentes.
O trabalho por conta própria alcançou o ápice de 24,293 milhões de brasileiros. Em apenas um ano, o trabalho por conta própria ganhou a adesão de 1,089 milhão de pessoas. Em um trimestre, foram 261 mil trabalhadores a mais nessa condição.
O trabalho sem carteira assinada no setor privado também cresceu para o patamar recorde de 11,795 milhões de ocupados nessa situação. O emprego sem carteira no setor privado aumentou em 661 mil vagas em um ano. Em um trimestre, foram 411 mil trabalhadores a mais.
O mercado de trabalho fechou 180 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre terminado em maio. Na comparação com o trimestre encerrado em agosto de 2018, foram criadas 140 mil vagas formais no setor privado.
O setor público abriu 128 mil vagas em um trimestre, o trabalho doméstico absorveu mais 104 mil pessoas em um trimestre.