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Taxa de desemprego sobe para 14,4% na 4ª semana de setembro, a mais alta desde o início de maio

Entre os dias 20 e 26 do mês passado, o País tinha 14 milhões de desempregados, 700 mil a mais que na semana anterior; esta foi a última divulgação da pesquisa semanal do IBGE para acompanhar o impacto da pandemia no mercado trabalho

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - A taxa de desemprego no País subiu a 14,4% na quarta semana de setembro, o maior resultado já alcançado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid) semanal, iniciada em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Em apenas uma semana, houve aumento no número de pessoas buscando emprego e redução no total de trabalhadores ocupados. A piora pode ter sido provocada pela dispensa de trabalhadores formais, uma vez que a taxa de informalidade cresceu no País em relação à terceira semana do mês. No entanto, a tendência do mercado de trabalho permanece sendo de aumento na ocupação, acompanhada também de elevação no número de desempregados, afirmou Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“A população ocupada vinha crescendo e nessa semana teve uma variação negativa. É muito difícil afirmar que postos de trabalho foram destruídos. A expectativa para esse fim de ano seria a partir de agora que a ocupação passasse a aumentar, devido às festas de fim de ano, de Natal”, disse Maria Lucia.

A população desempregada foi estimada em um recorde de 14 milhões de pessoas entre os dias 20 e 26 de setembro, cerca de 700 mil a mais que o registrado na semana anterior. O total de pessoas trabalhando desceu a 83,0 milhões, 700 mil a menos que o patamar da semana anterior.

“É muito volátil. A tendência é a desocupação aumentando, sim, mas tem uma tendência de aumento da população ocupada desde meados de julho”, ponderou a coordenadora do IBGE.

A taxa de informalidade subiu a 34,2% na quarta semana de setembro, ante 33,6% na semana anterior. O resultado sugere que as vagas fechadas na última semana da pesquisa fossem de trabalhadores formais. “Nessa semana podem ter sido (dispensados os trabalhadores) formais”, concordou Maria Lucia.

Flexibilização das medidas de isolamento, como ampliação dos horários de funcionamento do comércio, levou mais pessoas a procurarem trabalho. Foto: Felipe Rau/Estadão - 1/10/2020

A população fora da força de trabalho - que não estava trabalhando nem procurava por trabalho – somou 73,4 milhões na quarta semana de setembro, cerca de 200 mil a menos que na semana anterior. Entre os inativos, cerca de 25,6 milhões de pessoas disseram que gostariam de trabalhar. Economistas acreditam que a volta de parte dessa população à busca por trabalho deva pressionar as próximas leituras da taxa de desemprego no País.

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O IBGE decidiu encerrar as divulgações semanais da Pnad Covid, mas manterá a coleta telefônica de informações para garantir as publicações mensais do levantamento até o fim de 2020.

Segundo Maria Lucia, a equipe de análise dos dados estava sobrecarregada pela prorrogação da pesquisa além dos três meses planejados inicialmente. Aliado a isso, as variações pouco significativas semana a semana dos principais indicadores do mercado de trabalho fizeram o órgão decidir que não havia necessidade de prorrogar as publicações semanais, optando por manter apenas as mensais.

“A divulgação mensal já respondia (sobre o mercado de trabalho) de forma mais rápida que a Pnad Contínua”, frisou Maria Lucia.

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