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Taxa de desemprego vai a 11,2%, pior resultado da série histórica

Dados da Pnad se referem ao trimestre encerrado em abril; País já tem 11,4 milhões de pessoas desempregadas, montante também recorde na série do IBGE

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:
No primeiro trimestre deste ano, taxa de desemprego estava em10,9% Foto: Rafael Neddrmeyer/Fotos Públicas

RIO - A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em abril de 2016, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o pior resultado da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, mas veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que estimavam uma taxa de desemprego entre 10,90% e 11,50%, com mediana de 11,10%. A taxa de desocupação no Brasil cresce há 17 trimestres móveis consecutivos. 

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Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,0%. No primeiro trimestre deste ano, o resultado foi de 10,9%.

O País já tem 11,4 milhões de pessoas desempregadas, montante também recorde na série histórica. No período de um ano, 3,383 milhões de pessoas foram levadas à fila do desemprego, um crescimento de 42,1% ante o trimestre encerrado em abril do ano passado.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 1.962 no trimestre até abril de 2016. O resultado representa queda de 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 173,3 bilhões no trimestre até abril, queda de 4,3% ante igual período do ano anterior.

O nível da ocupação - a proporção de ocupados em relação à população em idade de trabalhar - caiu de 56,3% no trimestre encerrado em abril de 2015 para 54,6% no trimestre encerrado em abril deste ano, o patamar mais baixo da série histórica. 

A população ocupada foi de 90,633 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, o equivalente a um fechamento de 1,545 milhão de vagas em um ano, recuo de 1,7% ante o mesmo período de 2015. "Para cada posto de trabalho que se perdeu, surgiram duas pessoas à procura de emprego", resumiu Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A população em idade de trabalhar cresceu 1,3% no período, o equivalente a 2,074 milhões de pessoas a mais. Já a população inativa aumentou 0,4%, 236 mil pessoas a mais nessa condição.

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Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional. A nova pesquisa substitui a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrangia apenas as seis principais regiões metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produz informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.

Carteira assinada. O mercado de trabalho fechou 1,548 milhão de vagas com carteira assinada no setor privado no período de um ano, recuo de 4,3% em relação ao trimestre encerrado em abril de 2015. Já o emprego sem carteira no setor privado diminuiu 0,6% no trimestre encerrado em abril, o equivalente a 64 mil vagas a menos no período de um ano.

"Você tem uma mudança na estrutura do mercado de trabalho. Tem menos pessoas trabalhando com carteira assinada. A perda de carteira era do tamanho do crescimento do trabalho por conta própria. Isso não está acontecendo mais", observou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. 

O emprego doméstico aumentou 4,0%, 237 mil pessoas a mais, e o trabalho por conta própria cresceu 4,9%, 1,071 milhão de indivíduos a mais nessa condição.