A taxa de juros média cobrada pelos bancos em março ficou em 45,3% ao ano, o que representou uma pequena elevação - de 0,2 ponto porcentual ? em relação à média registrada em fevereiro. De acordo com os dados apurados pelo Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, a taxa de juros média cobrada pelos bancos das pessoas físicas no mês passado foi de 64% ao ano, porcentual pouco abaixo dos 64,2% medidos em fevereiro. No caso das empresas, a taxa média praticada em março foi de 30,4% ao ano, acima dos 30,2% de fevereiro. Segundo os técnicos do Depec, a pequena elevação registrada na taxa média de juros praticada pelos bancos em março refletiu o aumento do custo dos empréstimos para empresas referenciados em câmbio, "tendo em vista a manutenção da tendência de queda dos juros observada nas principais modalidades de crédito". O spread médio do mercado em março, ou seja, a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada dos tomadores finais de empréstimos, ficou em 29,5% ao ano, praticamente no mesmo patamar apurado em fevereiro, quando essa diferença de taxas estava em 29,4%. As empresas pagaram, em média, no mês de março 14,4% de spread, enquanto que as pessoas físicas pagaram 48,6% de spread nas operações de crédito realizadas no período. A inadimplência das operações de crédito com recursos livres, que considera atrasos superiores a 15 dias, registrou um recuou de 0,5 ponto porcentual, atingindo 7,9%. No segmento de empresas, a taxa de inadimplência caiu 0,6 ponto porcentual de fevereiro para março, atingindo 3,9%. Nos empréstimos para pessoas físicas, a inadimplência recuou 0,4 ponto porcentual, situando-se em 13,8%. Pequena queda nas taxas no crédito As taxas de juros cobradas pelos bancos nas principais modalidades de crédito para pessoas físicas em março tiveram mais uma rodada de pequenas reduções. O juros médio cobrado no cheque especial, por exemplo, recuou de 142,9% ao ano para 142% ao ano, segundo levantamento feito pelo Depec. Nos financiamentos para aquisição de bens, a taxa média de juros cobrada em março caiu 0,8 ponto porcentual em relação à fevereiro, atingindo 38,8% ao ano. Para compra de veículos, os bancos cobraram em média um juros de 35,1% ao ano nos financiamentos, queda de 0,6 ponto porcentual. Para os demais bens, a queda foi de 2,5 ponto porcentual, com a taxa média atingindo 62,9% ao ano. No caso das empresas, os créditos obtidos por meio de operações como hot money, conta garantida e os financiamentos de aquisição de bens ficaram mais caros, ao contrário de outras operações como desconto de duplicatas e de promissórias. A taxa média de juros cobrada nas operações de hot money, por exemplo, subiu de 46,7% ao ano para 49,1% ao ano. Essas são operações de curto prazo, que se caracterizam por contratações de crédito por, no máximo, 29 dias. Os juros cobrados nos descontos de promissórias caiu de 54,7% ao ano para 52,4% ao ano. Movimernto de R$ 416,681 bilhões em março O sistema financeiro movimentou um total de R$ 416,681 bilhões em março, o que representou um crescimento de 1,1% no mês e de 9,5% nos últimos 12 meses. "A evolução das operações de crédito do sistema financeiro em março refletiu, a exemplo do ocorrido no mês anterior, o desempenho dos financiamentos concedidos com recursos livres, especialmente a pessoas físicas. Nesse sentido, a demanda de recursos por parte das famílias continua influenciada pela contração de crédito pessoal, com destaque para o crescimento dos empréstimos consignados em folha de pagamento, bem como pela utilização de cheque especial, tendo em vista a concentração sazonal de compromissos financeiros nos primeiros meses do ano", afirmam os técnicos do Depec, em nota divulgada hoje. A relação dos empréstimos ofertados pelo sistema financeiro com o Produto Interno Bruto (PIB) manteve-se em 25,9%. As operações de crédito realizadas com recursos livres ficaram em R$ 232,993 bilhões em março.