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''Taxa de juro tem tendência declinante''

Após declaração do presidente do BC, juros futuros caíram na BM&F

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Por Fernando Dantas
Atualização:

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse ontem que "não há dúvida de que a taxa de juros média real no Brasil tem uma tendência declinante, inclusive a estrutura longa, a parte longa da curva". A declaração foi feita ao final do 11º Seminário Anual de Metas para a Inflação, realizado na quinta-feira e sexta-feira, no Copacabana Palace, no Rio. A "curva de juros" ou "estrutura a termo dos juros" são as diferentes taxas que prevalecem para os diferentes prazos num determinado momento. Uma queda da "parte longa da curva" quer dizer juros declinantes para os prazos mais longos. Esse tipo de comportamento dos juros está associado a expectativas inflacionárias favoráveis num horizonte de longo prazo, típico de economias mais estáveis. Em reação à declaração de Meirelles, os juros futuros longos aceleraram a queda ontem, ao fim da negociação estendida da BM&F, conforme noticiado pela Agência Estado. Isso pode ter ocorrido por parecer um reforço da mensagem da última ata do Copom, interpretada por alguns como um sinal de que o BC via juros longos à frente mais baixos do que a estrutura a termo naquele momento. Fontes do BC esclareceram ainda ontem, porém, que as declarações de Meirelles no seminário se referiam a tendências de longo prazo. De fato, os comentários de Meirelles foram feitos no contexto de uma discussão mais estrutural, na qual ele e outros participantes do seminário procuraram mostrar como o sistema de metas de inflação, que tem no caso brasileiro um dos seus maiores êxitos, reforça a estabilidade das economias, permitindo juros mais baixos. "A disposição da autoridade monetária de não ceder a pressões nem fazer concessões leva a ganhos importantes na estrutura a termo dos juros que é, em última instância, a taxa de juros que prevalece na economia; e isso favorece o desenvolvimento econômico", disse Meirelles.

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