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Taxa média do cartão de crédito passa de 335% ao ano em abril, aponta BC

Número é afetado pelos efeitos da segunda onda da pandemia, já que o rotativo do cartão é uma modalidade de crédito emergencial muito acessada em momentos de dificuldade

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - Em meio às dificuldades das famílias para fechar as contas durante a pandemia de covid-19, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 0,7 ponto porcentual de março para abril, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 28. A taxa passou de 334,6% para 335,3% ao ano.

Os números são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas. O rotativo do cartão, como o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.

Juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 0,7 ponto porcentual de março para abril. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. A taxa da modalidade rotativo regular passou de 306,2% para 309,8% ao ano de março para abril. Nesse caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

A taxa de juros da modalidade rotativo não regular, que inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado, passou de 356,8% para 355,2% ao ano. 

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 167,6% para 165,7% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 64,6% para 65,4%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Atualmente, porém, o risco de inadimplência aumentou, justamente porque muitas famílias estão enfrentando redução de renda, na esteira da pandemia.

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Aumento na concessão de crédito

O Banco Central informou que as concessões de crédito para empresas e famílias subiram 4,8% em abril ante março na série dessazonalizada. No caso de pessoas físicas, essas concessões avançaram 10,2% e, no das empresas, caíram 0,3%.

Os números mostram que, em abril, as concessões no crédito livre - que reúne operações que não utilizam recursos do BNDES ou da poupança - subiram 3,6%. No caso das pessoas físicas, houve alta de 9,3%. Para as empresas, a queda foi de 5,5%.

Entre as concessões no crédito direcionado (recursos do BNDES e da poupança), houve alta em abril ante março de 4,9%. Para as pessoas físicas, houve elevação de 10,3%. No caso das empresas, o recuo foi de 24,3%.

Os números apresentados nesta sexta pelo BC são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia de covid-19, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas.

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