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Taxas muito elevadas reduzem efeito da Selic para consumidor

Por Agencia Estado
Atualização:

A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) considerou a alta dos juros decidida pelo BC "inoportuna, desnecessária e equivocada", já que o efeito sobre os juros ao consumidor serão pequenos, dado que as taxas estão em um patamar extremamente elevado. Para se ter uma idéia, enquanto os juros básicos anuais estão em 16,75%, a taxa média para a pessoa física está em 142,20% ao ano. ?A diferença entre as duas pontas do juros passa de 770%?, afirma o vice-presidente da Associação, Miguel José Ribeiro de Oliveira. Para demonstrar o pequeno impacto que a alta da Selic trará para os juros ao consumidor, a Anefac divulgou um estudo em que simula tais alterações. Veja na tabela abaixo como ficarão os juros ao consumidor, de acordo com a Associação: Linha de crédito Taxas (Selic em 16,25%) Taxas (Selic em 16,75%)   Mensal Anual Mensal Anual Comércio 6,00% 101,22% 6,04% 102,13% Cartão de crédito 10,00% 213,84% 10,04% 215,22% Cheque especial 8,28% 159,76% 8,32% 160,92% CDC Bancos 3,52% 51,46% 3,56% 52,16% Empréstimo pessoal bancos 5,92% 99,40% 5,96% 100,31% Empréstimo pessoal financeiras 12,15% 295,91% 12,19% 297,60% Taxa média 7,65% 142,20% 7,69% 143,28% Oliveira lembra que a alta dos juros piora a competitividade das empresas brasileiras no exterior, aumenta os custos de produção, reduz os investimentos produtivos, piora os índices de inadimplência e reduz o crescimento econômico. Definição dos juros A definição da taxa de juros toma por base o comportamento da inflação. De forma simplificada, isso significa que, para manter os preços controlados, o Banco Central eleva as taxas e, desta forma, inibe o consumo, reduzindo a pressão de alta sobre os preços. A alta da Selic tenderia a tornar os juros mais elevados para o consumidor, o que diminui a possibilidade de "inflação de demanda" - aumento da procura pressiona para cima os preços. O patamar de inflação que baliza as decisões do Comitê é a meta de inflação, que este ano é de 5,5%, com margem de variação de 2,5 pontos porcentuais para cima ou para baixo. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é usado como referência para a meta de inflação. No acumulado deste ano, até setembro, o IPCA praticamente já atingiu o centro da meta, em 5,49%. A pesquisa do BC revelou que a previsão para analistas é de que o IPCA acumulará em 2004 uma alta de 7,16%.

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