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Telefone fixo pré-pago ganha espaço

O serviço de telefone fixo pré-pago vem ganhando espaço como opção para atingir camadas da população que de outra forma não integrariam a base de usuários.

Por Agencia Estado
Atualização:

Visto inicialmente com certo receio pelas operadoras de telefonia, o serviço de telefone fixo pré-pago vem ganhando espaço como opção para atingir camadas da população que de outra forma não integrariam a base de usuários. A tão temida canibalização da receita, resultante da migração de assinantes da plataforma pós-paga (como ocorreu nos celulares) que deixariam de pagar a tarifa de assinatura (importante fonte de receita das operadoras), acabou não se mostrando um problema tão grande como imaginado inicialmente. Dentre as operadoras fixas, apenas a Telefônica ainda não oferece o produto, embora a solução tecnológica já tenha sido desenvolvida pela companhia. A Telemar, que também temia o risco da migração, foi a última a ceder ao pré-pago, lançado há menos de um mês. Quem já oferece há mais tempo reconhece que o produto tem servido mais para incremento da base do que para migração. "Foi uma surpresa para nós", comenta Julio Belinassi, coordenador do segmento residencial da CTBC, que lançou o CTBC Fácil em agosto de 2 000. O executivo classifica como "pouquíssimos" os casos de clientes que abandonaram a base de pós-pago para aderir ao pré-pago fixo, que hoje tem 25 mil assinantes. "O produto se mostrou adequado a usuários das classes C e D com baixo índice de utilização da linha", explica Belinassi. A meta da CTBC, que cobre cerca de 300 localidades entre os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, é atingir 40 mil usuários do pré-pago nos próximos 12 meses. "É um produto para um nicho que não era atendido pelo pós-pago", diz o executivo. Para não fugir do nicho, a empresa evita a mídia de massa e dirige as ações mercadológicas para regiões específicas onde são detectados clientes com o perfil adequado ao produto. Brasil Telecom A abordagem ao cliente específico também é a arma da Brasil Telecom para evitar a massificação do pré-pago. Lançado em janeiro deste ano, o serviço tem 55 mil terminais ativados, de acordo com o diretor de marketing e vendas da operadora, Gabriele Della Vedova. Segundo ele, a meta é encerrar o ano com 160 mil, saltando para 200 mil até julho do ano que vem. O executivo não detalha o índice de migração, mas reconhece que a maioria são novos usuários. "O perigo de migração existe, mas é um produto para alcançar um segmento que, de outra forma, não teria telefone", diz Vedova. Ele conta que a Brasil Telecom nã o optou pela abordagem ativa. O pré-pago é oferecido apenas aos clientes que recorrem ao serviço de atendimento da operadora por razões de problemas de pagamento. Telemar Estratégia semelhante tem usado a Telemar no lançamento do Já Pago, que encontra-se em fase de teste há um mês apenas em Belém, Recife e Fortaleza. A etapa experimental deve durar três meses, após a qual a companhia vai avaliar o desempenho do produto pa ra possíveis adaptações antes de expandir para toda a área de cobertura, que vai do Rio de Janeiro ao Amazonas. Para essa fase, a Telemar está selecionando 51 mil clientes residenciais para receber o Já Pago. A escolha recai sobre assinantes com histórico de inadimplência ou dificuldades de pagamento. A Telefônica não comenta planos para lançamento de terminais pré-pagos. No final do ano passado, executivos da companhia declararam que a solução tecnológica estava pronta, mas a empresa buscava uma solução comercial para o produto, de forma a segmentar o produto apenas para as classes de menor renda. Por força da legislação, as operadoras não podem restringir o pré-pago a um público específico. Depois de lançado, quem quiser adquirir o produto tem esse direito, independente da capacidade de pagamento do interessado. Daí a estratégia das companhias de não fazer muito alarde do serviço.

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