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Telemar diz que compra da Pegasus foi imprescindível

Por Agencia Estado
Atualização:

A aquisição da empresa de transmissão de dados Pegasus era imprescindível para o crescimento da Telemar dentro do plano estratégico que vem sendo desenvolvido há três anos e meio pela operadora. A compra também foi uma atitude para manter os clientes. A defesa do negócio foi feita hoje pelo diretor-presidente da Telemar, Ronaldo Iabrudi, em reunião organizada pela Associação Nacional dos Investidores de Mercado de Capitais (Animec), em São Paulo. Segundo o executivo, a Pegasus representa o quarto serviço básico determinante para o sucesso da empresa, que é a transmissão de dados. Os outros três serviços destacados pelo executivo são: voz, longa distância nacional e internacional e mobilidade. Ele destacou a importância da complementação de serviços que a empresa representa, pois possui rede de São Paulo ao Rio Grande do Sul, incluindo Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal. O diretor-presidente da Telemar disse que a expansão dos negócios da empresa necessita dessa oferta completa de serviços. Ele afirmou que a companhia não poderia deixar que outras concorrentes oferecessem serviços complementares para os clientes. Com a Pegasus, disse, a Telemar se equiparou e em alguns casos superou a oferta da concorrência. "Se não fizéssemos esse movimento, a Telemar viraria uma empresa de voz que aluga meios na sua região." Esforço de risco Iabrudi declarou que a criação da Pegasus foi um "esforço de risco de investimento dos controladores" para que a Telemar tivesse uma infra-estrutura fora de sua região de concessão sem ferir a legislação. Segundo o executivo, a análise feita pelos bancos Goldman, Sachs e UBS Warburg apontou um valor de R$ 560,950 milhões para a companhia. A Telemar espera que o segmento de transmissão de dados seja o grande foco de crescimento daqui para a frente, segundo o diretor-presidente da empresa. A companhia acredita que a taxa anual de expansão desse setor será superior a 20%. O executivo afirmou que, em contrapartida, o aumento da receita com voz tende a ser reduzido. Segundo ele, as chances de elevar faturamento com voz dependerão da habilidade da companhia de convencimento do usuário a elevar o uso do serviço e adquirir outros benefícios. Mesmo assim, disse, as receitas adicionais são pequenas. A Telemar espera que a fatia de mercado em São Paulo, após a compra da Pegasus, será superior a que já tem no Rio de Janeiro. Ele afirmou que a Telemar não possui representação em São Paulo ? em dados corporativo - , mas detém 15% no Brasil e mais de 50% em sua região de atuação. Para ele, com esse cenário, as chances de crescimento em São Paulo são grandes. Clientes Ele reforçou que diversas empresas já são clientes na área de concessão. Com o investimento na Pegasus, disse, também poderão ser clientes em São Paulo e em outros estados. Segundo ele, sem a aquisição a Telemar poderia perder participação no mercado na área de concessão. Isso porque, disse, Telefônica e Embratel estão investindo na expansão em outros mercados. O diretor-presidente da Telemar disse que a redução dos gastos fiscais é imediata, pois a simples eliminação da existência de duas duplicatas de prestação de serviços já corta esse impacto. Sobre os custos, afirmou que o processo não é lento mas, ao mesmo tempo, não é imediato. Sobre os fornecedores, Iabrudi afirmou que o processo envolve negociação com as empresas, uma vez que uma série de valores poderão ser revistos. Ele afirmou ainda que, na questão da tecnologia, praticamente não existe esforço de integração, uma vez que a maioria dos equipamentos de ambas as empresas são dos mesmos fornecedores. "É praticamente o mesmo que virar uma chave", disse. O executivo informou que a Pegasus possui uma rede de 5.723 km, sendo 872 km em áreas urbanas. Somente em São Paulo, afirmou, são quase 900 km de rede. A Pegasus possui 230 clientes corporativos. Segundo Iabrudi, cerca de 50% deles também são clientes da Telemar. A Pegasus tem como controladores AG Telecom, La Fonte, Opportunity, Banco do Brasil, GP Investimentos e ABN Amro, além da própria Telemar (com 24,4% antes da aquisição da fatia dos demais sócios). A companhia obteve a concessão em 1998, iniciou as atividades em 1999 e em 2000 e 2001 prospectou clientes corporativos.

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