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Teles vivem fase positiva na Bolsa

Ações de empresas de telecomunicações brasileiras estão entre as que mais sobem este ano nas Américas

Por Nilson Brandão Junior
Atualização:

As ações de empresas de telecomunicações brasileiras estão no grupo das que mais sobem nas Américas este ano. Os dados constam de levantamento feito pela Economática, a pedido do Estado. Entre os 20 papéis com maior alta de 2 janeiro a 20 julho, 11 eram brasileiros. Parte dessas altas estão ligadas a reestruturações acionárias em curso no País. Ontem, por exemplo, os controladores do Grupo Oi (ex-Telemar) desembolsaram R$ 681,2 milhões na compra de ações preferenciais da operadora, com vistas à reestruturação do grupo. Dentre as ações brasileiras que mais subiram, as de maior liquidez (negociação diária) são as da Brasil Telecom, Telemar (Oi), Telemig e Telesp. A ação preferencial da Brasil Telecom, por exemplo, avançou 68,1% no período pesquisado, enquanto a ordinária da Tele Norte Leste Participações (Telemar/Oi) subiu 33,1%. O Ibovespa subiu 29% no mesmo período. Para comparação, três países concentraram maior movimentação entre os 72 papéis do levantamento. Os 20 americanos giraram US$ 3,1 bilhões ao dia; as oito ações mexicanas, US$ 140,8 milhões; e os 32 papéis de empresas brasileiras, US$ 11,1 milhões ao dia. Na avaliação do analista do Santander, Rogério Tostes, a valorização das ações do setor no Brasil estão ligadas aos movimentos de reorganização societária em curso e a expectativas de possível consolidação setorial no futuro. Ele explica que a perspectiva de negócios de fusões e aquisições entrou no radar setorial e, nesse cenário, os investidores correm para esses ativos, atrás de chances de prêmios no investimento. Nos últimos 12 meses, circulou o rumor de que a TIM estaria à venda, o que não ocorreu. Mais recentemente, a Telecom Italia (TI) vendeu uma fatia que detinha na Solpart, dona de 51% do capital ordinário da Brasil Telecom, para fundos Previ, Petros e Funcef. Nesse momento, está em processo a venda da Telemig e da Amazônia Celular. Especula-se que a própria BrT poderá, no futuro, ser vendida. E o Grupo Oi tenta implementar um processo de simplificação acionária. OFERTA PÚBLICA Os controladores do grupo Oi compraram ontem o equivalente a 25,75% das ações preferenciais da operadora de telefonia que estavam no mercado, por meio de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA). Os papéis foram vendidos com um ágio de 28,2% em cima do inicialmente oferecido. Uma fonte que acompanha de perto a empresa diz que o resultado foi positivo e agora a Tmar Participações (que congrega os controladores) tem uma participação direta de 7% na operadora. ''''Isso é bom, porque mostra que os controladores acreditam no ativo. Foi pago um bom ágio. Ninguém compra papéis para perder dinheiro'''', disse. A Tmar Part comprou 10.091.956 ações da operadora. O grupo é formado pelos controladores GP Investimentos, Andrade Gutierrez, La Fonte (presidida pelo empresário Carlos Jereissati) e BNDESPar, dentre outros. O preço inicialmente oferecido era R$ 52,39. A oferta foi ampliada, sucessivamente, para R$ 58, R$ 63 e, finalmente, R$ 67,50. No próximo dia 14 será feita uma oferta pública para a compra de ações preferenciais da Tele Norte Leste, uma holding do grupo. Na avaliação do analista-chefe do setor do Santander para América Latina, Válder Nogueira, contudo, a operação foi ''''parcialmente'''' bem-sucedida. Ele explica que foram compradas apenas mais da metade (56%) da 17,860 milhões de ações preferenciais registradas para participar da oferta pública.

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