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Telesp pode ficar fora do Ibovespa

As ações da companhia telefônica podem não voltar para o Ibovespa. A Bolsa diz que a presença do papel da Telesp na prévia não garante seu retorno à carteira definitiva. BES Asset Management acredita que a companhia deve ficar de fora. Santander e CCF apostam no retorno.

Por Agencia Estado
Atualização:

De acordo com a prévia do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) para o período de setembro a dezembro deste ano, Telesp teria uma participação de 0,522% na composição do Índice. Até a formação do portifólio definitivo, a Bolsa deve refazer os cálculos mais duas vezes. As ações da Telesp deixaram de ter uma participação no cálculo do Índice quando a maior parte das ações foi trocada por BDRs - recibos de ações da Telefónica espanhola, negociadas simultaneamente em São Paulo, Madri e Nova Iorque. Agora, podem não voltar para o Índice Bovespa. A Bolsa lembrou que o fato de o papel ter entrado na prévia não significa que ele irá retornar para a carteira, uma vez que a conta que indicou a volta do papel é uma média móvel de 12 meses. Dessa forma, um mês pode alterar o resultado definitivo. A Bovespa explicou que a decisão de retirada da Telesp do Índice não foi tomada com base em cálculo. Segundo a instituição, a decisão foi feita por uma análise técnica, que tinha como objetivo proteger o mercado, evitando que o Índice tivesse um papel que, com poucos negócios, pudesse influenciar o seu comportamento. Mas as contas feitas no final de julho mostraram que papel deveria ficar. Antes da troca, Telesp movimentava cerca de R$ 1 bilhão por mês. Após a operação, esse montante foi reduzido para R$ 130 milhões. Mesmo assim, nos últimos pregões, o papel teve um giro médio de R$ 6 milhões diários. Esses números o colocam entre os 20 com maior volume de negócios da Bolsa. O fato que definiu a volta das ações da Telesp à composição do Índice foi um cálculo utilizando uma quantidade de ações da Telesp equivalente ao que restou da troca com os BDRs de Telefónica em custódia da Câmara Brasileira de Custódia (CBLC) dentro de um período de 12 meses. Analistas dividem-se em relação à permanência da ação na composição do Índice O diretor de investimentos do BES Asset Managment, Paulo Corchaki, acredita que ainda existe uma grande possibilidade de o papel ficar de fora do índice quando a Bolsa divulgar a carteira definitiva. Já na opinião do gestor de renda variável do Santander, Fabiano Gomes, a presença da companhia no Ibovespa, apesar de tímida, está praticamente garantida. Mas ele não acredita que essa posição possa aumentar no futuro. Rogério Bastos, diretor de gestão quantitativa do CCF, também acredita que existe o risco de Telesp não voltar para o Ibovespa. Bastos disse que o retorno do papel seria um boa oportunidade pois o papel está bastante abaixo do preço que tinha antes da oferta. Além disso, o diretor do CCF disse que a operação de troca por BDRs não prejudicou os fundos. Na realidade, disse ele, proporcionou ganhos com a especulação com os papéis envolvidos na troca.

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