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Temer ainda discutirá a data de votação da reforma da Previdência, diz Planalto

Equipe da Presidência divulgou nota após o senador Romero Jucá declarar que haveria um acordo com os presidentes da Câmara e do Senado para deixar a reforma da Previdência para fevereiro; Maia e Eunício, contudo, afirmam que não houve tal acerto

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto publicou uma nota por volta das 19h desta quarta-feira, 13, para informar que o presidente Michel Temer ainda espera que haja a leitura do relatório de Arthur Maia sobre a reforma da Previdência nesta quinta-feira, 14, para só depois ter conversas com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), sobre a definição de uma data para iniciar a votação da proposta.

O comunicado veio na sequência das declarações do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), de que já haveria um acordo para deixar a reforma da Previdência para fevereiro.

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Segundo auxiliares do Planalto, antes de saber das declarações de Jucá, Temer havia ficado 'muito animado' com o fechamento de questão do PSDB a favor da reforma da Previdência. Foto: Marcos Brindicci/Reuters

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'Batalha'. Em reação às declarações de Jucá, auxiliares do presidente fizeram reuniões no Planalto e decidiram publicar a nota para mostrar que não há a intenção "de jogar a toalha" na "batalha" pela aprovação da reforma da Previdência.

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Parlamentares envolvidos com a votação da proposta e a articulação política para aprová-la seguiram a mesma linha. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, negou que haja um acordo para deixar a votação da reforma da Previdência para fevereiro de 2018. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também negou ter participado de reuniões sobre o tema.

Em conversa presenciada pela reportagem, Eunício disse a senadores que o acompanhavam ao entrar no plenário do Senado: "Não fiz reunião com Michel (Temer). Não fiz reunião com ninguém."

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Apesar de negar a existência do acordo anunciado por Jucá, Maia reconheceu que "votar (a reforma da Previdência) semana que vem é difícil". Segundo Maia, qualquer decisão sobre o assunto será tomada em conjunto com Temer. Ele disse que pretende se reunir nesta quinta-feira com o presidente. "Estou esperando para ver se governo tem votos para votar já na próxima semana." 

Quando a proposta for levada a plenário, ela será "com certeza" aprovada, afirmou Maia.

Padilha. A Casa Civil divulgou nota confirmando que o ministro Eliseu Padilha conversou com o senador Romero Jucá nesta quarta-feira. Segundo a nota, porém, eles trataram da votação do Orçamento no Congresso Nacional nesta quarta-feira.

"Quanto à reforma da Previdência, (Padilha) esclarece que é um tema que está sendo conduzido pelo Presidente da República Michel Temer, juntamente com os presidentes do Senado, senador Eunício Oliveira, e da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que decidirão quanto a sua inclusão em pauta, com a maior brevidade possível", conclui o texto.

'Pelos jornais'. O deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) afirmou que vai manter a leitura de seu parecer sobre a proposta para esta quinta-feira, 14, e que espera que a discussão sobre o relatório seja concluída na próxima semana na Casa. Ele disse ainda ter sido informado "pelos jornais" sobre a declaração de Jucá.

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Já o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), disse não ter recebido qualquer orientação do Palácio do Planalto sobre adiar a votação da reforma da Previdência para fevereiro.

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"O líder do Congresso só fala depois que o Planalto sinalizar. A orientação, por enquanto, é apenas a de votar o orçamento hoje (quarta-feira)", disse Moura após deixar o gabinete do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

"Avançamos muito nos últimos dias. Tínhamos uma possibilidade muito distante de aprovar a PEC, que eram os 308 votos, mas hoje estamos em viés de alta, com números muito próximos do que precisamos para aprovar a proposta. Vamos seguir trabalhando para fazer a discussão amanhã (quinta-feira) e votar na próxima semana", disse Moura.

Questionado sobre se as declarações conflitantes não passavam a ideia de desordem na articulação política do governo, negou. "Você tem que perguntar a ele (Jucá). Eu falo pelo governo no Congresso e o Aguinaldo Ribeiro, pela Câmara."

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PSDB. Antes do desencontro retórico entre o governo e o senador Romero Jucá, auxiliares de Temer ressaltavam que o presidente havia ficado "muito animado" com o fechamento de questão do PSDB a favor da reforma da Previdência.

Temer, que foi obrigado a cancelar parte da agenda desta quarta-feira por problemas urológicos, vinha mantendo uma extensa agenda na tentativa de conseguir os 308 votos para aprovar a proposta. Ele passou nesta quarta-feira por mais um procedimento cirúrgico e está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. / CARLA ARAÚJO, IDIANA TOMAZELLI, IGOR GADELHA, JULIA LINDNER E THIAGO FARIA

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